"Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente, ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus."
PENSE NISTO: "O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego!" (Albert Einstein).

domingo, 21 de junho de 2009

Religião Legalista: Princípios do Medo


- por Charles G. Finney

"Quem é do Senhor venha até mim" Êx 32:26.

A conduta do homem mostra, invariavelmente, qual é o seu verdadeiro e principal objetivo na vida. O caráter de um homem é tal qual o seu objetivo supremo. Se você puder aprender, por sua conduta, qual é o seu objetivo principal, então você poderá saber com certeza como é o seu caráter.

Para aqueles que são motivados por amor próprio, ou egoísmo, a esperança e o medo são as principais fontes de tudo o que fazem na religião. Esses indivíduos são movidos por uma suprema estima aos seus bens conquistados e pelo medo do mal. A esperança de obter vantagem para eles mesmos é o fundamento de toda a sua conduta.

Eles fazem do Senhor um interesse secundário. Sua conduta mostra que eles não consideram o cristianismo como o principal negócio da vida, mas como subordinado a outras coisas. Eles consideram a religião como algo que deve vir e encontrar lugar entre outras coisas, exatamente como o trabalho em um Sabath deve ser restrito a um lugar pequeno. Cristianismo e negócios são considerados como interesses totalmente separados.

Se eles tivessem uma visão correta sobre o assunto, eles considerariam os negócios do Senhor como o único negócio legal na vida. Então o cristianismo fundamentaria tudo o que fizessem e, obviamente, seria um ato de obediência.

O DOMÍNIO DA CONSCIÊNCIA

Pessoas motivadas pelo egoísmo executam suas tarefas religiosas como uma obrigação. Tal como alguém que não se deleita em ter comunhão com Deus. Ele faz orações como uma obrigação. Ele faz as tarefas religiosas como as pessoas tomam remédios – não porque amam isso, mas porque esperam obter algum benefício disso.

Elas possuem um espírito de legalismo, não um espírito evangelístico. Elas fazem o que são obrigadas a fazer para Deus e não o que amam fazer. Elas obedecem aos mandamentos de Deus, mas não os amam. Elas sempre perguntam, por conta da obrigação, como podem ser salvas, não como podem fazer o bem. A diferença entre os dois grupos é a mesma que existe entre o pecador convicto e o verdadeiro convertido. O pecador convicto pergunta: “O que preciso fazer para ser salvo?”. O verdadeiro convertido pergunta: “Senhor, o que Tu queres que eu faça?”.

O medo, muito mais do que a esperança, é que as motiva. Elas fazem suas obrigações, principalmente, porque elas não se arriscam a omiti-las. Elas vão ao culto, não porque amam a Cristo ou aos seus irmãos, mas porque não ousam ficar longe. Elas temem as críticas da igreja, ou temem ser condenados, se negligenciarem isto. Elas oram, não porque gostam da comunhão com Deus, mas porque não querem se arriscar a negligenciarem a Deus. Elas têm o espírito de escravos e servem a Deus como escravos, temendo serem punidos com muitas chicotadas.

Esses “crentes” sentem como se eles fossem forçados a cumprir muitas obrigações religiosas, senão, serão pressionados pela consciência e perderão sua esperança. Então, eles fazem muitas obras por ano, dolorosa e arduamente, e chamam a isso de cristianismo!

Sua religião não é apenas produzida pelo medo da desgraça, ou pelo medo do inferno: é, geralmente, por um caráter negativo. Eles se satisfazem ao não fazerem coisas que sejam muito ruins. Sem ter visão espiritual, eles consideram a lei de Deus, principalmente, como um sistema de proibições que servem para guardar os homens de certos pecados, ao invés de um sistema de benevolência feita por amor. Se eles forem morais em sua conduta, relativamente sérios e decentes em suas atitudes gerais, e fizerem a quantia exigida de exercícios religiosos, eles ficarão satisfeitos.

Suas consciências os perturbam, não tanto pelos pecados de omissão, mas pelos pecados de comissão. Eles fazem uma distinção entre negligenciar a fazer o que Deus positivamente exige e fazer o que Ele definitivamente proíbe. O máximo que se pode dizer deles, é que eles não são maus. Parece que eles pensam pouco, ou nada, sobre ser útil à causa de Cristo. O importante é que não possam ser condenados por qualquer transgressão explícita.

Quando eles têm mentes esclarecidas e consciências tranqüilas, você sempre os considera os mais rígidos de todos os “crentes”. Eles dão dízimo de tudo e são perfeitos fariseus, levando tudo aos maiores extremos, até ao ponto onde o rigor exterior é concebido.

Mas, a despeito de todo o seu rigor, eles não podem se ajudar a perceber que eles são grandes pecadores, afinal de contas; e, não tendo nenhum senso da justificação do Evangelho, isto os deixa muito infelizes. Quanto mais esclarecidas e tranqüilas estiverem suas consciências, tanto mais infelizes eles estão. Sem considerar o seu rigor, eles sentem que não corresponderam as suas obrigações. Sem ter qualquer fé no Evangelho, ou sem a unção do Espírito Santo que traz paz à alma, eles ficam insatisfeitos, constrangidos e miseráveis.

Talvez, muitos de vocês tenham visto esse tipo de pessoa. Talvez, alguns de vocês sejam assim e nunca tenham sentido o que é se sentir justificado diante de Deus, através do sangue de Jesus Cristo. Vocês não sabem o que é sentir que Jesus Cristo o aceitou e o recebeu como Seu. Vocês nunca sentiram em suas mentes, o que é falado neste texto: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1), aqueles que não seguem a carne, mas ao Espírito.

Esse tipo de linguagem trouxe à tona esta realidade para você, porque você a experimentou em sua alma? Ou você, depois de tudo, ainda se sente condenado e culpado, sem nenhum senso de pecado perdoado, sem nenhuma paz com Deus, ou sem confiança em Jesus Cristo?

ESPERANÇAS CONFORTÁVEIS

Os legalistas ficam encorajados e animados, ao lerem sobre santos que caíram em grandes pecados. Eles se sentem maravilhosamente instruídos e edificados, quando eles ouvem que os pecados do povo de Deus foram colocados sob um holofote. Aí eles são confortados e suas esperanças são maravilhosamente fortalecidas. Eles se sentem gratificados e fortalecidos por essas coisas, ao invés de ficarem abatidos e aflitos, sentindo que tal conduta é tão contrária ao cristianismo, que eles poderiam crer totalmente que aqueles eram santos, se isso não fosse encontrado na Bíblia. Certa vez, conheci um ancião que foi trazido à frente durante um culto, pelo crime de adultério. Ele se desculpou com este argumento: “Eu não sabia por que seria esperado de mim, ser melhor que Davi, o homem com o coração segundo Deus”.

Muitos cristãos professos ficam satisfeitos se o seu ministro adota um padrão baixo e está pronto a esperar que quase todo mundo seja cristão. É fácil de ver por que eles ficam satisfeitos com tal tipo de cristianismo: ele serve para o seu objetivo principal e os ajuda a manter o que eles chamam de “esperança confortável”, ainda que eles façam tão pouco por Deus.

O oposto a eles é o homem cujo principal objetivo é libertar o mundo do pecado. Ele quer que todos os homens sejam santos e quer ter exposto o verdadeiro padrão de santidade. Ele quer que todos os homens sejam salvos, mas sabe que eles não podem ser salvos, sem serem verdadeiramente santos. Um homem piedoso preferiria pensar na ida de Satanás para o céu, do que ganhar um homem para lá desprezando o padrão bíblico de santidade.

Pessoas egoístas são fãs da doutrina da perseverança dos santos e da doutrina da eleição. Geralmente, tudo o que elas querem é o que elas chamam de doutrinas da graça. Se essas doutrinas podem ser pregadas confortavelmente, sem ameaçar muito a suas consciências, então elas ficam alimentadas.

Os legalistas adoram ter o seu ministro pregando sermões que alimentam aos cristãos. Seu principal objetivo não é salvar pecadores, mas salvarem a si mesmos. Então, eles sempre escolhem um ministro, não por sua habilidade em pregar para a conversão de pecadores, mas por seus talentos em alimentar a igreja com simples abstrações.

Em suas orações, eles pedem, principalmente, por segurança em ir para o céu. Seu grande objetivo é assegurar suas esperanças. Eles oram por evidência, ao invés de orarem para que sua fé possa ser fortalecida e suas almas sejam cheias do Espírito Santo, para puxar os pecadores para fora do fogo.

É dada muita ênfase às emoções. Se, em qualquer tempo, eles têm intensas sensações religiosas, eles se fecham em si mesmos e fazem dessa evidência a última, por um longo tempo. Um tempo de excitamento vai sustentar suas esperanças por tanto tempo, quanto eles possam se lembrar dele claramente. Não importa se eles não estão fazendo nada agora, porque eles se lembram do tempo em que tiveram essas sensações e isso mantém suas esperanças vivas.

Se tiver acontecido um reavivamento e eles ficaram tão envolvidos que puderam chorar, orar, e exortar com compaixão, eles terão uma esperança confortável por anos, na força disso. Depois que o reavivamento tiver acabado, eles não fazem nada para promover o cristianismo e seus corações se tornam endurecidos. Eles têm uma esperança confortável, esperando pacientemente que venha um reavivamento, que lhes dê outro agir.

Se você pudesse ouvir por trás da porta de seus lugares secretos de oração, você ouviria oitenta por cento de todos os seus pedidos sendo feitos para eles mesmos. Isto mostra o quanto eles valorizam sua própria salvação, em comparação com a salvação dos outros. Em um culto de oração será, geralmente, a mesma coisa. Você não poderia supor, através de suas orações, que eles soubessem que há alguma pessoa sobre a terra, viajando pela estrada para o inferno. Eles oram por si mesmos, da mesma forma como fazem no quarto secreto, apenas ligando o resto da igreja com eles, ao dizerem ‘nós’, ao invés de ‘eu’.

VIVENDO PARA HONRAR A DEUS

Pessoas egoístas estão mais ansiosas em estarem preparadas para morrer, do que em salvarem os pecadores a sua volta. Se elas pedem pelo Espírito de Deus, elas O querem para prepará-los para morrer. Compare isto com a oração de Davi: “Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti” (Sl 51.13).

Quantos de vocês estão com esse caráter? O indivíduo que fez disso o seu grande e apaixonante objetivo, para fazer o bem e salvar pecadores, não pensaria tanto sobre quando, onde, ou como ele vai morrer, quanto pensaria em como ele poderia fazer o maior bem enquanto vivesse. E, como para sua morte, ele vive tudo para Deus. Há muito tempo ele deu sua alma para Ele. Então, a grande questão não é: “Quando vou morrer?”, mas: “Como vou viver para honrar a Deus?”.

Muitos cristãos professos se caracterizam por um medo de punição e uma indiferença pelo pecado. Verdadeiros amigos de Deus e do homem têm mais medo do pecado, do que da punição. Eles não perguntam: “Se eu fizer isto, serei punido?”. Pelo contrário, eles perguntam o que José perguntou: “...como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn 39.9). Este foi o espírito de um filho de Deus, com tanto medo do pecado, que não teve nenhum pensamento sobre punição.

Os falsos convertidos, geralmente, se afundam no pecado, se eles puderem se convencer que Deus os perdoará, ou quando pensarem que podem se arrepender dele, depois de cometido. Geralmente, eles raciocinam desta maneira: “O pastor faz isto”, ou: “Os anciãos fazem isto, então por que eu não poderia fazer o mesmo?”. Eles temem a punição, não o pecado. Eles sabem que pecam, mas têm esperança de escapar da punição. Isto é contrário ao espírito dos verdadeiros amigos de Deus, cujos apaixonantes objetivos são tirar todo o pecado do mundo. Este tipo de pessoa não tem nem metade do medo de ir para o inferno, quanto tem de cometer pecado.

As pessoas egoístas são mais fãs de receber o bem, do que de fazê-lo. Essas pessoas não têm o verdadeiro Evangelho. Elas nunca penetraram no Espírito de Jesus Cristo: “...Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35). A pessoa que age por verdadeiro amor a Deus e ao homem gosta do que ela faz em benefício dos outros, muito mais do que aqueles que recebem o bem de suas mãos. Ela é benevolente e demonstrar bondade é uma gratificação para ela. Seu coração está posto nisso e, quando ela não pode fazer isso, um prazer santo é derramado sobre sua mente.

A outra classe está mais interessada em receber. Eles querem mais receber instrução, do que transmiti-la. Eles querem receber conforto, mas nunca estão prontos a negarem a si mesmos, para dar o conforto do Evangelho aos outros. O quanto isto é diretamente contrário ao espírito do Evangelho, que encontra sua maior felicidade ao passar felicidade aos outros! Mas essas pessoas querem que todo mundo passe felicidade para elas, ao invés de se empenharem para abençoar aos outros. Essas duas classes de caráter são tão opostas, quanto a luz e a escuridão.

Pessoas egoístas têm, principalmente, medo do inferno e, quando são fortemente convictas, elas têm medo que os outros também vão para lá. Elas buscam felicidade para si mesmas; e, quando o destino delas não está em discussão, elas buscam o mesmo para os outros. Elas oram pelos pecadores, não por terem idéia do mal que os pecadores estão cometendo, mas porque elas têm idéia dos terrores do inferno. Elas querem que os pecadores se convertam, porque eles estão em perigo, não porque eles desonram a Deus. Seu grande objetivo em orar é o de garantir segurança para aqueles por quem oram, como é o seu grande objetivo na vida o de garantir sua própria segurança. Elas têm pena de si mesmas e têm pena dos outros. Se não houvesse nenhum perigo, elas não teriam nenhum motivo para orar, nem por elas mesmas, nem pelos outros.

Os verdadeiros amigos de Deus e dos homens sentem compaixão pelos pecadores também, mas estão muito mais preocupados com a honra de Deus. Eles ficam mais angustiados ao verem Deus ser ofendido e desonrado, do que vendo pecadores indo para o inferno. Se tiverem que decidir: ou Deus deve ser desonrado para sempre, ou os pecadores devem ir para o inferno, eles decidirão que os pecadores devem cair em um tormento final, mais rápido do que Deus sofra uma ofensa.

Verdadeiros santos manifestam seus sentimentos em suas orações. Você os ouve orar pelos pecadores, como rebeldes contra Deus – criminosos culpados, merecedores da ira eterna. Enquanto eles estão cheios de compaixão pelos pecadores, eles sentem uma indignação santa contra eles, por sua conduta contra o Deus abençoado.

Os falsos convertidos estão aptos a fazerem um grande acordo sobre suas dúvidas. Isto compõe grande parte de sua história e eles não estão preparados para fazerem nada para o Senhor, por causa dessas dúvidas. Se o Diabo, em qualquer tempo, sugere que os verdadeiros amigos de Deus e dos homens irão para o inferno, a primeira resposta que eles pensam é: “Que devo fazer? Me deixe apenas salvar pecadores do fogo, enquanto eu posso”.

É claro que um cristão verdadeiro pode ter dúvidas. Mas é muito menos capaz de ele as ter, se ele estiver totalmente determinado a salvar pecadores. Será um duro trabalho para Satanás arranjar problemas de dúvidas em uma igreja ativa.

ALEGRANDO-SE EM SE AUTONEGAR

Pessoas egoístas se sentem desconfortáveis com os crescentes chamados para a autonegação. O bem que poderia ser feito não entra em suas mentes, porque elas se fixam naquilo que teriam que deixar.

Esses ataques agressivos do reino das trevas afligem os falsos convertidos. Seu objetivo nunca foi o de descobrir e banir todas as coisas desonrosas a Deus, ou prejudiciais ao homem. Eles nunca estiveram determinados em se livrar de todos os males da terra para a alma, ou corpo. Então eles ficam angustiados com aqueles que estão verdadeiramente engajados em se livrar e acabar com o mal.

Quando os legalistas recorrem a negarem a si mesmos pela causa do fazer o bem, ao invés de isto ser uma coisa prazerosa, causa uma verdadeira dor neles. Esses tais não sabem nada sobre se alegrar com a autonegação. Eles não conseguem entender como alguém pode se alegrar em negar-se a si mesmo, pela causa do fazer o bem aos outros. Eles pensam que isso é um nível no cristianismo, que eles ainda não alcançaram.

Mas, o verdadeiro amigo de Deus e dos homens, cujo coração está determinado a fazer o bem, nunca se alegra tanto em gastar dinheiro, quanto ao ofertar para promover o Reino de Cristo. Se ele é realmente santo, ele sabe que esta é a melhor coisa que ele pode fazer com seu dinheiro. Ele até se sente triste em ter que usar dinheiro para qualquer outra coisa, quando há tantas oportunidades de fazer o bem com ele.

Se um indivíduo tem o seu coração posto em alguma coisa, todo o dinheiro que ele puder dirigir para esse objetivo será um prazer para ele. Quanto mais ele puder desviar de outros objetivos, para essa causa, mais feliz ele fica. Se ele acha difícil dar dinheiro para o Senhor, seu coração não está posto nisto. Se estivesse, ele daria seu dinheiro com alegria.

O que você pensaria de um homem que se negasse a dar dinheiro para a igreja, mas, apesar disto, se empolgasse com missões? Nos chamados para ofertas, ele nunca deu, nem mesmo, um Real. Seria óbvio que seu coração não estava verdadeiramente posto na causa de Cristo. Se estivesse, ele daria seu dinheiro tão gratuitamente, quanto se dá água.

Esses falsos convertidos não estão interessados em promover reavivamentos. Eles sempre precisam ser arrastados para a obra. Quando um reavivamento começa e a excitação é grande, então eles entram e aparentam estar excitados. Mas você nunca os vê tomando a liderança, ou se destacando à frente.

O que importa, de fato, é que esses hipócritas não convertem pecadores a Deus. Eles podem fazer o bem, de várias formas, e Satanás pode fazer boas obras assim também. Mas, de forma geral, eles não tiram os pecadores do fogo. O motivo é que isto não é o seu grande objetivo. Como é com você? Você realmente tem sucesso em converter pecadores? Existe alguém que olhe para você como o instrumento de sua conversão? Se você estava verdadeiramente no fogo, você não poderia descansar satisfeito sem fazer isto e você trabalharia com tal afinco, com tal agonia ao orar, que você faria isso.

A QUEM VOCÊ SERVE?

Pessoas egoístas não mostram muita angústia, quando elas descobrem o pecado. Elas não o repreendem. Elas adoram se misturar com acontecimentos onde o pecado é cometido e elas podem ouvir conversas torpes e se alegrar com elas. Seu espírito é mundano e elas amam as companhias mundanas. Ao invés de detestar até a roupa contaminada pelo corpo, elas adoram se colocar próximas às fronteiras do pecado, como se isto as satisfizesse.

Se qualquer missão passa por necessidade, elas não sabem, nem sentem por isso. Se as missões prosperam, elas não têm nenhum interesse. Muito provavelmente, elas não lêem nenhuma literatura cristã. Ou, se lêem, só lêem as notícias triviais. Por outro lado, os verdadeiros amigos de Deus e dos homens adoram aprender sobre reavivamentos e missões. Quando ouvem que o Senhor manifestou o Seu Espírito em uma missão, um ardor de alegria santa explode através do Espírito.

Amantes de si mesmos não almejam nada acima de uma religião legalista, sofrida e negativa. O amor de Jesus não os constrange a uma luta constante contra o pecado e ao desejo de fazer todo o bem ao seu alcance. O que eles fazem é, apenas, porque eles pensam que precisam fazer, e mantêm uma piedade formal, sem coração e inútil.

Se é proposta uma reunião mais longa, geralmente você encontrará essas pessoas fazendo objeções. Se qualquer outro esforço especial é proposto, eles vêm com relutância e preferem o “bom velho modo”. Eles ficam furiosos por serem obrigados a fazer tanto, todos os anos, para sua religião, a fim de manterem sua esperança.

Essas pessoas egoístas não oram em seus lugares secretos por gostarem de orar; elas pensam que esta é a sua obrigação e elas não querem negligenciar isso. A Bíblia não é doce para suas almas. Elas não se agradam da leitura, como uma pessoa se agrada de prazeres intensos, mas a lêem porque isto é sua obrigação. Elas sabem que não é certo declarar ser um cristão e não ler a Bíblia; mas elas a consideram um livro seco.

Desculpas frágeis as mantêm longe de reuniões de oração. Elas nunca vão, a menos que achem necessário para manter as aparências, ou sua esperança. E, quando elas vão, ao invés de terem suas almas derretidas e incendiadas com amor, elas ficam frias, apáticas e entediadas – e satisfeitas, quando acaba.

Seus corações não agonizam com pensamentos como estes: “Por quanto tempo a maldade vai prevalecer? Quando este mundo miserável estará livre do pecado e da morte? Quando os homens vão parar de pecar contra Deus?”. Ao invés disto, perguntam: “Quando eu vou para o céu e vou ficar livre de todos esses meus caminhos e cuidados?”.

Essa religião descreve a religião da maioria dos cristãos professos e eles estão radicalmente errados.

O verdadeiro cristianismo está longe disso. Isso é tão diferente do cristianismo, quanto os fariseus eram diferentes de Cristo – tanto quanto o verdadeiro Evangelho difere do legalismo.

A qual dessas classes você pertence? É eternamente importante que você saiba com certeza qual é o seu verdadeiro caráter, se você é motivado por amor verdadeiro a Deus e aos homens, ou se você é um religioso que quer recompensar a si mesmo. Você é um verdadeiro amigo de Deus e dos homens, ou não? Esclareça isto e, então, vá trabalhar para Deus.


Traduzido por René Burkhardt


Um comentário:

PETER CHRISTIAN disse...

ESSE É UM EXCELENTE, PRECISO, PROFUNDO E ATUAL RETRATO DE UMA BOA PARTE DOS CRISTÃOS! INFELIZMENTE! QUE O SENHOR TENHA MISERICÓRDIA DESSAS PESSOAS!