- por René Burkhardt | 25 de Julho de 2011
“Então um deles, chamado Caifás, que naquele ano era o sumo sacerdote, tomou a palavra e disse: ‘Nada sabeis! Não percebeis que vos é melhor que morra um homem pelo povo, e que não pereça toda a nação?’. Ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus morreria pela nação judaica, e não somente por aquela nação, mas também pelos filhos de Deus que estão espalhados, para reuni-los num povo” (João 11.49-52).
Sem saber e, até mesmo, sem querer, Caifás profetizou conforme a vontade do Senhor! Ele não disse “Assim diz o Senhor”, como era comum aos profetas, no entanto, falou as palavras que o Senhor colocou em sua boca. Isto já ocorrera com Balaão: ao abrir a boca para profetizar contra o povo hebreu, ele acabou abençoando ao povo, dizendo todas as palavras que o Senhor também colocou em sua boca!
Entendo que o Senhor mantém essa prática ainda em nossos dias, a fim de que Seus propósitos sejam cumpridos. O Senhor diz: “Vejam! As profecias antigas aconteceram, e novas eu anuncio; antes de surgirem, eu as declaro a vocês" (Is 42.9). E sabemos que Deus não muda!
Recentemente, em uma entrevista à revista ‘Cristianismo Hoje’, o bispo primaz e presidente do Colégio dos Bispos da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida, Walter McAlister Jr., falou sobre o futuro da igreja ocidental institucionalizada, assunto de seu livro “O fim de uma era”, chegando a prever o seu fim.
Eis um pequeno trecho de sua entrevista:
“CRISTIANISMO HOJE – Em “O fim de uma era”, o senhor analisa a Igreja contemporânea, e o quadro que traça não é nada animador. Trata-se de uma instituição falida?
WALTER MCALISTER – Não, a Igreja nunca falirá. Ela é o corpo de Cristo e consegue sempre atravessar os séculos, mesmo que seja por meio de um remanescente fiel. Mas “O fim de uma era” trata do conceito atual de igreja no Brasil, e este sim, está prestes a falir. Ela está à beira de uma série de mudanças que serão percebidas como o fim, se não da Igreja como um todo, certamente de um “sonho” ou de um ideal que hoje ocupa o imaginário cristão.
CRISTIANISMO HOJE - No livro, o senhor chega a falar até mesmo do fim do atual modelo de cristianismo ocidental. Caso esteja certo em seu prognóstico, o que virá depois dele?
WALTER MCALISTER - Historicamente, o que geralmente se segue a épocas como a nossa é um período de perdas, perseguições e desencanto. Os que se preparam para tais épocas promovem reflexão, semeando para uma nova era de vigor e devoção. Em primeira instância, haverá muito choro, revolta e medo. Haverá quem vá perguntar o que deu errado e os que se calarão, pasmos pelas perdas. Muitos fugirão dos líderes desacreditados. As coisas podem piorar ainda mais. Mas há sempre a possibilidade de renovação em meio aos escombros. O remanescente fiel se voltará para Deus em oração. Haverá redutos de oração intercessória, contrição e comunhão".
Se as pessoas não anunciarem, o Senhor pode fazer até mesmo as pedras clamarem. Mas a voz de Walter McAlister Jr. não é única, isolada. Ela tem encontrado eco pelo mundo afora. O recentemente falecido pastor norte-americano David Wilkerson, por exemplo, também falou, diversas vezes, sobre o fim desse modelo institucionalizado de igreja e, assim como McAlister, apontou para a atuação de um remanescente cheio de intimidade com o Senhor, livre das atuais religiosidades impostas:
“Quando falo de um santo remanescente em treinamento, não me refiro a um exército de pastores, evangelistas e missionários. Estou falando de santos comuns – que amam a Jesus, os quais serão eles mesmos sinais e maravilhas para o mundo, cheios de paz e calma. Deus não deseja um exército profissional treinado por métodos humanos. Ele deseja homens e mulheres treinados em oração pelo Espírito Santo! Ele procura crentes que estejam trancados com Ele, preparando seus corações perante Ele, aprendendo a ouvir Sua voz” (David Wilkerson – O Oculto Exército de Deus Para os Últimos Dias).
Particularmente, não creio no fim imediato desse sistema religioso que usa o nome de Jesus a seu bel prazer, afinal, a própria Palavra nos dá conta de que esse sistema será destruído em época própria, conforme Apocalipse 17 e 18. No entanto, creio que o Senhor esteja, sim, formando um “exército de santos”, de pessoas comuns que têm como único objetivo uma vida de intimidade com o Senhor, falando com Ele a todo tempo, vivendo sob a orientação única e exclusiva do Espírito Santo, sem se preocupar em fabricar “frutos dignos do Evangelho”, por terem a consciência de que os únicos frutos dignos de aparecerem são os frutos da presença do Espírito de Cristo em suas vidas. E isto não se fabrica na própria força. Isto aparece naturalmente ao se aplicar na própria vida o “que diminua eu, para que Jesus cresça”.
Esse “exército” tem atendido ao chamado do Senhor “retire-se dela, povo meu, para não ser cúmplice de seus pecados”, feito em alusão à ‘Babilônia espiritual’, ou seja, a religião que tem o nome de Deus nos lábios, mas não O tem no coração! E por atender a este chamado, tais pessoas têm sofrido a conseqüente perseguição desse sistema religioso, sendo taxadas de rebeldes, insubmissas, desigrejadas, desobedientes e outras coisas mais.
É certo que o Senhor tem falado com todas as pessoas, de acordo com Sua eqüidade e justiça, mas muitas rejeitam esse chamado, por se estribarem em suas próprias árvores do conhecimento do bem e do mal e por se considerarem iguais a Deus, ou seja, por pensarem ter a capacidade de atingir um nível de perfeição e de santidade suficiente para colocá-las no Reino dos Céus eternamente.
Outras ainda não atenderam por insegurança, por falta de conhecimento do Senhor, por pressão do sistema, por medo de que as coisas não sejam bem assim e que têm que conduzir suas vidas individualmente, por não crerem que o Espírito Santo realmente as conduza o tempo todo, conforme a vontade do Pai. Estas têm a seu favor a paciência, a longanimidade e a misericórdia do Senhor, que continua chamando-as, ensinando-as e resgatando-as.
De uma forma ou de outra, o propósito do Senhor se cumprirá e todo esse sistema religioso humano que toma o nome do Senhor em vão ruirá a Seu tempo, evidenciando que ser humano algum tem a capacidade de se autojustificar diante de Deus, seja para alcançar a salvação, ou mesmo para mantê-la! O Senhor já havia anunciado isto e tem anunciado novamente nestes últimos dias, através de diversas pessoas, para que ninguém possa alegar, diante dEle, não ter sido avisado.
“Vejam! As profecias antigas aconteceram, e novas eu anuncio; antes de surgirem, eu as declaro a vocês" (Is 42.9).
8 comentários:
René,
seu texto além de um alerta, tem um poder de instrução muito grande, pois acerta em cheio no alvo que é a apostasia desse modelo (e de alguns outros também...).
Fiquei imensamente feliz em saber que o Bispo McAlister pensa dessa forma, ele mesmo um líder de uma denominação conhecida justamente pelo 'modelo apresentado'.
Bom, melhor quem está no 'alto dessa torre' falar a respeito de sua possível queda (segundo ele) do que os que são (como você bem destacou) chamados de desigrejados, rebeldes fazê-lo!
Agora, devo acrescentar minha opinião num ponto em que você apresenta nesse texto.
Especificamente essa parte:
"Particularmente, não creio no fim imediato desse sistema religioso que usa o nome de Jesus a seu bel prazer, afinal, a própria Palavra nos dá conta de que esse sistema será destruído em época própria, conforme Apocalipse 17 e 18."
Creio que o texto apocalíptico narra (com riqueza de detalhes) a queda pronunciada, mas acredito que a queda propriamente dita desse sistema já se deu!
Não estou entrando em contendas teológicas, até porque não gosto disso e acho total perda de tempo (além de não me julgar à altura para tal embate contigo...) o que entendo é que embora muitas coisas descritas em Apocalípse "ainda estarão por vir", muitas delas já têm em seus 'anúncios' o cumprimento da própria profecia em sí!
Belo texto, ainda mais por notar que tanto MacAlisters, Wilkersons como Renés e Wendels podem concordar, pelo menos, em alguns pontos prova que o cumprimento de muitas coisas está chegando ao seu clímax!
Valeu mano!
Wendel,
Na verdade, apesar de ter escrito mais sobre o assunto em seu livro, o McAlister pensa que esse alerta tem a finalidade de se consertar o atual sistema, pois ele não abre mão de sua posição hierárquica dentro dele. Isto fica sub-entendido no restante de sua entrevista, infelizmente. É mais por esta razão que coloquei uma interrogação no título, que para mim seria uma afirmação. Creio que Deus profetizou através dele!
Concordo com você quanto à queda desse sistema. Quando menciono uma queda futura, falo da questão física, propriamente dita, não apenas a espiritual, que já é visível aos um pouco mais atentos. Também acho que muitas coisas previstas como "acontecimentos futuros" já têm se cumprido e que o seu clímax está muito próximo!
Abração, querido amigo, e muita Paz!
Putz tá vendo? Assinei em baixo da linha escito 'blogeuiro burrico' de novo! É claro que você faria o link do sacerdote caifás com os sacerdotes desta 'aliança'... Agora que 'pegeui' o fato...rsrsrsrsrs
Bom saber que concordamos também nisso!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Não se deprecie, Wendel!!! rsssss Não tem nada de 'blogueiro burrico' em você!!! Essa "linkagem" só ficaria clara se eu tivesse publicado o restante da entrevista também!
Abração!!!
Ótima abordagen René.
Já havia visto a matéria com o McAlister e achei totalmente propícia para a reflexão da Igreja como entidade que deseja influenciar a sociedade.
Realmente, como tenho comentado por esses dias com alguns amigos, precisamos urgentemente voltar as bases do Evangelho com simplicidade, leveza, informalidade, mas sobretudo com responsabilidade, integridade e coerência individuais sem querer transferir para outros o que compete a cada um fazer.
O sistema está "bichado", e quem se alimenta dele infelizmente fica intoxicado, mesmo com boa intenção achando que pode reverter o processo de putrefação.
Um ABRAÇÃO AMIGÃO!
Também achei a matéria bastante propícia nesse sentido, Franklin!
A volta às bases do Evangelho, conforme você disse, é imprescindível, sem dúvida, sem empurrar a responsabilidade para os outros, afinal, a salvação é individual e intranferível!
E espero que todos entendam que um pouco de fermento leveda toda a massa, seja para o bem, ou seja para o mal. Assim, nem com a melhor das intenções se pode reverter esse processo!
Valeu, meu bom velhinho!!! rsssss (depois mando seus royalties) rssss
Abração e muita Paz, meu irmão!
Vai ter que pagar royalties pra dois, ok? rsrsrsrsrs
É mesmo, Wendel!!! A frase é do Franklin, mas foi inspirada em você!!! Manda o número da conta!!! rssssssssss
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