- por Sóli Limberger
O Evangelho só extrai de mim aquilo que está me matando, ele não é um “amputador” de todas as coisas boas e prazerosas da vida, desde que essas coisas não sejam amputadoras da própria vida.
Engana-se quem pensa que o Evangelho é para aqueles que gostam do mau-hálito, da sujeira, da feiura, da burrice, da cegueira e de todas as coisas ultrapassadas e velhas que tornam a vida enfadonha e chata. Ao contrário, é ele, o Evangelho, que, entendido e vivido na sua essência, torna a vida aquilo que ela deve ser: incrível!
Toda a vida fora de Deus, na realidade, não é bonita. Que beleza pode haver no paraíso sem a presença de Deus? É justamente a presença de Deus que faz de um lugar comum um paraíso. É justamente a ausência de Deus que faz do paraíso um inferno.
Muitas pessoas, principalmente jovens, me perguntam sobre o Evangelho; entendem como algo antigo e maçante. Na verdade, eles confundem as palavras de Cristo com as palavras do Antigo Testamento. O Evangelho de Cristo é o UPdate do Antigo Testamento. Dirão os religiosos: “Mas que blasfêmia! O antigo testamento também é a palavra de Deus e a palavra de Deus não precisa de Update”. Mas eu entendo que Deus hoje não trará as suas palavras escritas nas pedras. É mais provável que Ele as traga escritas num iPad.
Deus não muda! Os seus métodos, sim. Afinal, nós mudamos, a vida muda, a tecnologia muda. Imaginem Jesus vindo nos dias de hoje e caminhando entre nós com um vestido de linho e uma sandália de tiras de couro. Quando Jesus veio, andou como se andava na época; hoje ele viria de jeans, camiseta, talvez um tênis allstar... Um Deus que se faz homem entre os homens, que se torna “um de nós”. Porque é assim que Deus age: ele VEM entre nós, Deus não é um ET, um ser diferente, verde, de olhos grandes e com um pescoço gigante! Deus quer ser reconhecido como um de nós, não como “um ser bizarro”.
Quando entendemos o Evangelho de Cristo como algo novo, compreendemos que Deus não é um ET, mas se fez compreendido entre nós por ser exatamente como nós somos, mesmo ele sendo Deus.
O Antigo Testamento é a base para a chegada de Cristo no Novo Testamento. A importância do Antigo é fundamental para compreendermos o plano de Deus para humanidade. Mas é apenas no Evangelho que esse plano é concretizado.
Qual o plano ou o objetivo do Evangelho de Cristo: convencer as pessoas a andarem com Deus? NÃO! O objetivo do Evangelho é deixar claro para as pessoas que Deus está preocupado com o coração delas. Que nada, eu disse NADA, do que existe fora do coração humano realmente importa.
Diferente do Antigo Testamento, onde as aparências eram importantes, o Evangelho dá valor ao conteúdo. Enquanto as orações e preces do passado eram em público, em voz alta, no meio da multidão, Jesus ensinava as pessoas a entrarem no seu quarto e em secreto falarem com o Pai que está no céu.
Os líderes da religião ensinaram o povo a chamar Deus de “Deus”, mas Jesus ensinava a chamá-lo de PAI. Pois “pai” é intimidade, Deus é religiosidade.
Enquanto a religião apedrejava as pessoas encontradas em adultério até a morte, Jesus diz: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que cobiçar uma mulher, já em seu coração cometeu adultério com ela.” - Mateus 5:28. Veja a importância do coração para Jesus.
Enquanto a pele e as aparências de santidade eram importantes para o Antigo Testamento, no Evangelho Jesus desnuda o coração humano. No passado separavam-se os tipos de pecados. No Evangelho TODOS os pecados são iguais. Você pode ter uma história longa de religiosidade, de formas e de modelos humanos e mesmo assim estar longe de Deus.
Nas palavras de Jesus, Deus aproxima e iguala todos: prostitutas, professores, religiosos, ladrões, médicos, mendigos, ricos, miseráveis, famintos, mulheres, homens... Todos, para o Evangelho, são “gente”. Têm nome, têm cor, cheiro... Não importa o quanto possuem, mas se estão dispostos a conhecerem e andarem com Deus no seu dia a dia.
O objetivo do Evangelho é que a pessoa expresse o interesse por Deus. Porque para Deus não há interesse nenhum em estar com alguém que não queira estar com ele por amor e não por medo.
O Antigo Testamento faz com as pessoas se aproximem de Deus pelo medo, pelo receio, pela obrigação... como algumas religiões fazem hoje. Mas o Evangelho de Cristo é diferente... Ele quer que as pessoas se aproximem de Deus pelo amor, pelo desejo de mudança, pela liberdade de poder estar com qualquer outro ídolo, mas mesmo assim escolher andar com Deus. O Evangelho é liberdade de escolha!
O Evangelho veio para acabar com a busca de Deus. Ele não está lá distante. Ele está aqui, tão próximo, que a religião não precisa mais levá-lo a Deus; tão barato que você não precisa mais pagar para ter a sua presença; Deus não se paga, ele não tem preço! Ele não é produto!
A bússola da religião pifou! O Evangelho chegou, está ao seu alcance! Estique a mão e sinta a mão de Deus, sinta o seu perfume... Deus é real e a atenção de Jesus é exclusiva para você. Os ritos não podem mais te aproximar de Deus. Os ritos falharam! Chegou o Evangelho! É a hora de se aproximar de Deus sem escada alguma, sem muletas, sem amuletos, sem ritos, sem dinheiro... O Evangelho é um convite a todos, venham e descubram “as boas novas”. Venham os que não têm dinheiro para pagar, venham os ricos, os jovens, os internautas, os plugados na tecnologia, os desconectados, os que moram nas grandes metrópoles, os que vivem em pequenas cidades do interior... O Evangelho chegou e é para todos!
Paz em todos,
Soli
Obs. do René: Também recomendo a leitura da continuação deste texto, parte 2 e parte 3. O Sóli é um homem de Deus, que tem sido muito usado por Ele!
4 comentários:
R.
Excelente! Você e suas indicações, heim? Não erra rss
Já fui lá (fazia tempo que não andava por lá) e já me banhei naqueles outros dois textos que nos alertam para qualquer tipo de apatia... Xô!!! rs Gostei, particularmente, do 'parte dois'.
É isso! Chega de religião! Religião adoece, oprime, robotiza, envelhece e mata!
Há uma confusão tão grande nas mentes das pessoas que, certa vez um amadíssimo meu - mas muito religioso! - se condoeu de um filho meu estar 'envolvido' com encontros de jovens. Ele, como religioso, sentindo as próprias costas pesadas, imaginou que aquele compromisso estaria também sendo um peso para meu filho ainda tão jovem, quase um adolescente. Foi esse PESO que os meninos e adolescentes de ontem fez com que os quarentões de hoje mostrem a alma adoecida pela religião em blogs por aí... Eles saíram dessa gaiola maluca chamada religião mas tornaram-se cínicos. Ora, cinismo distorce, confunde e embaça a alma. Você sabe do que (de quem) estou falando...
Veja o que a religião faz na mente das pessoas! Ainda bem que há uma chance de ser feliz...
Valeu pela indicação!
Excelente para começar a semana! Fora, letargia! Fora, coisas velhas, venha O NOVO!
Abs, (que não é freio rss)
r.
Pois é, Rê,
CHEGA DE RELIGIÃO!!! Ela é tudo isso que você descreveu tão bem...
O Soli tem textos ótimos e esses me chamaram mais atenção ainda, por terem sido direcionados a jovens, considerando-se que, até mesmo, com 70 anos a pessoa pode ser jovem.
Particularmente, também gostei mais da segunda parte, mas publiquei a primeira pra incentivar a leitura das seguintes.
Que venha o NOVO!!!
Freios fortes, aliás, forte abraço e continue na Paz!!! rsssss
Oops! Embora vc tenha entendido, eu acho que não me expressei bem, assassinando a literatura e a gramática rss.
Eu quis dizer que esse peso que jovens e adolescentes carregaram tempos atrás, provocou nos quarentões de hoje (conhecemos alguns), um efeito terrível: a incredulidade que leva ao cinismo.
Espero que a emenda não tenha saído pior que o soneto.
Enfim, para bom espremedor, meia laranja basta.
VALEU!
R.
Na verdade, Rê, tinha ficado meio confuso, mesmo, mas, por uma questão de lógica (por conhecer você), o entendimento não poderia ser diferente disso que você esclareceu agora. Foi bom, para que os outros também possam entender!
Valeu!
Abração e Paz!
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