"Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente, ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus."
PENSE NISTO: "O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego!" (Albert Einstein).

sexta-feira, 6 de julho de 2012

E Se Fosse Eu?

- por René Burkhardt | 16 de Abril de 2010

“Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes” (Mc 14.7)

Quando o Senhor Jesus disse essas palavras, Ele chamava atenção para o grandioso acontecimento que estava se realizando através de Sua Pessoa. Todo o processo de salvação do homem, todo o plano de Deus, nesse sentido, tomava forma na vinda do Messias em carne, o Verbo de Deus, o próprio Deus. De maneira nenhuma, Ele estava desdenhando dos pobres e necessitados. Todo o Seu ministério comprova isto. Mas, naquele momento, havia algo mais importante a ser focado por todos.

Na verdade, em todos os tempos, mesmo quando ainda não havia o tempo, da maneira que o conhecemos, e, também, quando ele não existir mais, o foco de todo o ser humano deve ser o Senhor Jesus. Seu ministério aqui na terra nos deixou isso bem claro, assim como toda a palavra que o Senhor já havia revelado através de Seus servos, os profetas. E Ele também nos ensinou de que forma podemos estar focados nEle, o tempo todo.

O Senhor nos fez um chamado para irmos até Ele, aprendermos com Ele (ver Mt 11.28-29), negarmos a nós mesmos e segui-Lo (ver Mt 16.24). Essas recomendações são imutáveis, ainda que o Senhor respeite as características individuais de cada um de nós. Além disto, o Senhor nos indica que o caminho para a felicidade, que tanto buscamos, só pode ser encontrado através do amor a Deus e do amor ao próximo. Nada neste mundo, além desse amor, poderá nos fazer felizes. E o Senhor também nos diz que nossas ações em decorrência desse amor, ou da falta dele, em relação ao nosso próximo, são consideradas como feitas diretamente a Ele (ver Mt 25.31-46).

Tais pontos são básicos para qualquer cristão, não importando se ele é discípulo de Agostinho ou de Pelágio, de Calvino ou de Armínio, de Paulo, de Cefas, de Apolo. Não importa se é batista, anglicano, luterano, metodista, assembleiano, presbiteriano, ou membro de qualquer outra igreja que se confesse cristã. Tais rótulos têm servido, apenas, para esconder a maioria das pessoas da face de Cristo, quando deveriam aproximá-las dEle. Afinal, ao se rotularem, as pessoas transferem as suas responsabilidades para os outros. Elas passam a cumprir preceitos, regras, dogmas, leis institucionais, na intenção de que a instituição cumpra a responsabilidade que o indivíduo tem como cristão.

Ao dizimar e ofertar, normalmente, a pessoa espera que a instituição beneficiada cumpra o papel de evangelizar, de ensinar, de socorrer, e outras coisas mais. Porém, essas são obrigações de todo indivíduo cristão. Jesus não pregou para instituições, mas para pessoas. O Seu chamado é para indivíduos. É verdade que tais ações sejam mais fáceis de serem realizadas quando há a iniciativa de uma instituição, mas isto não exime nenhum de nós de nossa responsabilidade de participar pessoalmente delas. E o resultado disso tem saltado aos olhos de todos.

Só não vemos, porque temos fechado nossos olhos para o crescimento da violência, do uso de drogas, da promiscuidade, da quantidade de abortos, e, principalmente, da fome. Se cada cristão estivesse sendo Igreja para as pessoas próximas de si, ao invés de tentar levar as pessoas para as igrejas, essas coisas não estariam crescendo. Muitos têm se escondido atrás da Palavra, que diz que no final dos tempos as coisas seriam assim mesmo. Mas essa Palavra também diz que, nessa época, o amor de quase todos se esfriaria. É de pessoas cristãs que o Senhor está falando. E isto gera condenação para essas pessoas. Será que ninguém está vendo isso?

O que mais se vê, por aí, é reivindicação de direitos pessoais, é busca por jatos, carros, mansões, viagens, empregos especiais, cônjuges maravilhosos, mesa farta, tudo para a satisfação do próprio corpo. É esse o Evangelho que Jesus, os apóstolos e os profetas pregaram?

Paulo, um apóstolo com credenciais de apóstolo, disse: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão” (1Tm 6.8-11).

João, outro apóstolo verdadeiro, disse: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1Jo 2.15-17). E também: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1Jo 4.1).

O autor de Hebreus disse: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque Ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13.5).

O Senhor Jesus disse: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15). “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26). “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). “Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”(Lc 12.33-34).

O apóstolo Paulo arremata: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1-2).

Todas essas palavras foram dadas pelo mesmo Espírito. O Espírito de Deus, o Espírito de Cristo. Qual o direito nós temos de pervertê-las e ainda declararmos que somos cristãos?

“Mestre, que farei para herdar a vida eterna? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Faze isto e viverás” (Lc 10.25, 27, 28). Este é o único caminho para a felicidade de qualquer ser humano. E o Senhor Jesus ensinou que esse amor implica em ação. Ele não é estático, parado. E também não pode ser fingido, hipócrita (Rm 12.9). Sem Jesus, não podemos fazer nada (Jo 15.5), nem mesmo amar. Se um cristão professo não evidencia o amor a Deus e ao próximo, Jesus não está nele. Diante do que temos visto por aí, esta declaração é trágica!

Enquanto muitos estão buscando a satisfação própria, ao seu lado têm pessoas que não conseguiram pagar a conta de luz, não conseguiram comprar o gás, não conseguiram comprar o material escolar para os filhos, não conseguiram comer... Mas isto não importa para aqueles, afinal, já deram seu dízimo e suas ofertas. O mais importante agora é pagar por algum propósito com deus. Sim, deus com letra minúscula, porque o verdadeiro Deus Vivo não barganha com ninguém.

Não estou, aqui, sugerindo um evangelho social, mas estou dizendo que o Evangelho traz implicações sociais. Até quando vamos assistir calados as pessoas morrerem de fome, serem violentadas em todos os níveis de vida, serem obrigadas a terem um único sonho, o sonho de terem um pouco de alimento, para que a sua esperança possa sobreviver por mais um dia, sem que façamos nada, nem mesmo para aqueles que estão próximos de nós?

Não digo que tenhamos que erradicar a fome de países como a Somália, o Sudão, a Etiópia, o Quênia, a Nigéria, o Haiti, e tantos outros, pois isso acontece também aqui, ao nosso lado. E, se não fazemos nem pelos nossos, como faremos pelos outros? Na verdade, eu mesmo não sei como socorrer tantas pessoas necessitadas (aceito sugestões), nem tenho como fazer isso. O que digo é que o nosso foco tem que mudar urgentemente de direção. Precisamos fechar nossos ouvidos para os pseudo-pregadores cristãos, que insistem na teologia da prosperidade pessoal, tirar nossos olhos do nosso próprio umbigo, e passar a olhar para a Cruz de Jesus.

Essa Cruz foi erguida sobre todas as pessoas e nós não temos o direito de selecionar os que são cobertos por ela e os que não são! Não podemos deixar de levar o Amor de Cristo aos outros, só porque eles não fazem parte de alguma igreja. Assim como não podemos forçá-los a entrarem para alguma igreja, só porque levamos esse Amor a eles. Jesus nunca forçou ninguém a nada! Vamos passar a imitá-Lo, como somos chamados a fazer!

Assista a este vídeo, chore, ore, implore para que o Senhor Jesus lhe responda esta simples pergunta: “E se fosse eu?”.






Vídeo extraído de http://www.youtube.com/watch?v=zfdvAd_lZ9o&feature=related

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