"Nós, porém, que cremos, entramos no descanso" Hebreus 4:3
O apóstolo que escreveu isto era muito ativo na Igreja. Aqueles para quem ele falava, incluindo ele mesmo, "nós, que cremos, entramos no descanso", sabiam, porém, que não entraram no descanso da inatividade. E não devemos achar que o descanso celestial perfeito é o descanso falado aqui. Ele fala disso como um tempo presente: "nós entramos". O descanso perfeito do céu inclui total libertação de toda dor, julgamentos, sofrimentos e tentações desta vida. O descanso do crente aqui pode ser da mesma natureza, em essência, que o descanso no céu. Mas o descanso iniciado na terra não é perfeito. É diferente, porque ele não livra de todos os julgamentos, dores, doenças e morte. Os apóstolos e primeiros cristãos não escaparam desses julgamentos e, ainda, sofreram todas as conseqüências deles.
A palavra 'descanso' é muito usada na Bíblia. Os filhos de Israel descansavam quando eles eram libertados de seus inimigos e das lutas da guerra. Aqueles que entram nesse descanso cessam suas lutas com Deus, sua luta contra a verdade, e suas guerras com suas próprias consciências. A repreensão da consciência que os mantém em agitação e a escravidão do medo da ira de Deus são levadas embora. Eles descansam.
CESSANDO AS OBRAS INTERESSEIRAS
Muitas religiões no mundo são construídas sobre as obras das próprias pessoas. Elas estão trabalhando por suas próprias vidas, ou seja, estão trabalhando para si mesmas, da mesma forma que um homem trabalha por seu pão. Se o objetivo de sua fé é sua própria salvação, não importa se isso é ruína temporal ou eterna, é para si mesmas. Você não parou com suas obras próprias, mas ainda as multiplica. O 'descanso' dito no texto é cessação total desse tipo de obras. O apóstolo afirma isso: "Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras..." (Hb 4.10). E, no texto, ele diz: "Nós, que cremos, entramos", ou temos entrado, "no descanso".
Esse descanso é cessar com nossas obras, não cessar com todo tipo de obras, o que é verdade tanto para os santos na terra quanto para os santos no céu. Não temos nenhuma razão para acreditar que qualquer santo, anjo, ou o próprio Deus esteja sempre inativo. Mas cessamos de fazer obras meramente para salvar nossas próprias almas. Cessando de trabalhar para nós mesmos, podemos trabalhar para Deus. Se a questão da nossa salvação está inteiramente colocada em Jesus Cristo e nossas obras são feitas por nosso amor a Deus, elas não são nossas próprias obras.
Ao entrarmos nesse descanso, cessamos com todas as obras feitas por nós, assim como com as obras feitas para nós. As obras são feitas por nós mesmos, quando elas são o resultado dos princípios simples e naturais da natureza humana, como consciência, esperança, medo, etc., sem as influências do Espírito Santo. Tais obras são universalmente e totalmente pecaminosas. São os esforços do egoísmo, sob a direção de simples princípios naturais. Nossa consciência nos convence e a esperança e o medo vem em nosso socorro. Sob essa influência, a carnal, a mente egoísta age.
As pessoas que praticam sua própria justiça arduamente espremem a religião, constrangidos pela esperança e pelo medo, incitados à obra pela consciência. Elas não têm o menor impulso do princípio divino do amor de Deus instalado no coração pelo Espírito Santo. Todas essas obras são, tão somente, por elas mesmas, tal como é qualquer obra de qualquer demônio. Não importa quais tipos de obras são feitos, se o amor de Deus não é o motivo principal, vida, coração. Então elas estão mortas e não promovem nenhum descanso. Essas obras se colocam à parte do Evangelho. O indivíduo que age por esses princípios se coloca à parte do Evangelho, no todo, ou em parte. Se ele é movido apenas por essas considerações, ele se coloca inteiramente à parte do Evangelho. Tanto quanto ele é influenciado por elas, ele se recusa a receber Cristo como seu Salvador nessa relação. Cristo é oferecido como um Salvador completo, nossa sabedoria, justiça, santificação e redenção. Se qualquer um dispensa o Salvador em qualquer uma dessas funções, ele está se colocando à parte do Evangelho, na mesma proporção.
Entrar no descanso implica em cessarmos de fazer qualquer coisa para nós mesmos. Nós também não devemos comer e beber para nós mesmos: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." (1Co 10.31). Deus requer isso e, aquele que entrou no descanso, parou de ter qualquer interesse de si mesmo. Ele mergulhou totalmente seus próprios interesses nos de Cristo. Ele se deu tão perfeitamente a Cristo, que ele não tem obras próprias para fazer. Ele poderia tanto sentar quieto até ele estar no inferno, como se esforçar para salvar a si mesmo por suas próprias forças, mas não é o que faz.
Quando um homem entende isso completamente, ele pára de fazer quaisquer esforços dessa maneira. O pecador convicto se esforçará para ajudar a si mesmo, até aprender que ele não é nada. Então ele pára de fazer tudo isso e coloca a si mesmo, necessitando de ajuda e perdido, nas mãos de Cristo. Até ele entender que em si mesmo ele não tem força nenhuma, nem ajuda, ou esperança de salvação, ele nunca pensará na simplicidade do Evangelho. Nenhum homem se une a Cristo para justiça e força, até ele ter esgotado a si mesmo e sentir que é incapaz e necessita de ajuda. Então ele pode entender a simplicidade do plano do Evangelho, que consiste em receber a salvação pela fé, como um presente gratuito. Quando ele tiver feito tudo o que poderia, e achar que não está mais perto da salvação, e que o pecado foi multiplicado sobre pecado, ele é esmagado com um total abandono e põe tudo nas mãos de Cristo.
DANDO-SE A JESUS
Cada um que entrou no descanso sabe que qualquer coisa que faça por sua própria força é uma abominação para Deus. Sem que Cristo viva nele, para querer e fazer Sua boa vontade, nada nunca é feito aceitavelmente para Deus. Aquele que não aprendeu isso, não parou com suas obras próprias e não aceitou o Salvador. O abismo da depravação, ao qual o pecado nos reduziu, não é compreendido até sabermos que não somos capazes de fazer a obra por nós mesmos. Jesus nos convida a jogarmos todos os nossos fardos e ansiedades sobre Ele. "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). E: "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5.7).
Essas palavras significam exatamente o que elas dizem. Ainda que seu fardo seja temporal ou espiritual, ainda que sua ansiedade seja de alma ou de corpo, lance isso tudo sobre o Senhor. Imagine uma pequena criança andando com seu pai. O pai está carregando algo que é pesado e a criança segura com sua pequena mãozinha para ajudar. Mas como ela pode carregar algo tão pesado? Muitos cristãos causam uma situação de grandes problemas tentando ajudar o Senhor em Seu trabalho. Eles se fatigam e se preocupam, como se tudo estivesse sobre seus ombros. Jesus Cristo está tão comprometido com os crentes em todas as coisas concernentes a eles, quanto está por sua justificação. O Senhor está absolutamente atento, tanto aos seus interesses temporais, quanto aos eternos. Tudo que está relacionado aos cristãos pode ser lançado sobre o Senhor. Não quero dizer que os cristãos não tenham responsabilidades nas questões. Um homem que consagrou sua família a Jesus, ainda precisa ter responsabilidade por sua família. Mas ele se consagrou a Deus para direção, iluminação, fortalecimento e sucesso. Ele se deu totalmente a Deus para guiá-lo e sustentá-lo e Cristo cuidará para que tudo seja feito corretamente.
Entrar no descanso de Jesus implica em consagrar nossas forças tão perfeitamente ao Seu controle que, desse ponto em diante, nossas obras serão Suas obras. Espero que você não entenda nada dessa linguagem de forma mais mística do que a Bíblia pretende. O que um homem faz através de outro, ele mesmo o faz. Se eu convenço um homem a cometer assassinato, a culpa é tão minha, quanto se eu o tivesse cometido com minhas próprias mãos. O crime não está mais na mão que desferiu o golpe, do que na faca que feriu a vítima. O crime está em minha mente. Ainda que eu use a mão de outra pessoa, minha mente a influenciou e isso ainda é um ato meu. Aplique esse princípio à doutrina de que o indivíduo que entrou no descanso colocou-se no controle de Cristo e todas as suas obras são as obras de Jesus. O apóstolo Paulo diz: "...trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo." (1Co 15.10). Ele insiste freqüentemente que não era ele que fazia as obras, mas Cristo nele. Agora, não interprete isto mal. Não pense que o crente age por compulsão ou que Cristo age nele sem sua própria vontade. Mas Cristo, pelo Seu Espírito, habita nele, influencia e guia sua mente de forma que ele age voluntariamente para agradar a Deus.
Quando alguém cessa suas próprias obras, ele desiste tão completamente de seus próprios interesses e desejos, e se coloca sob o domínio e direção do Espírito Santo, que qualquer coisa que faça é feita por impulso do Espírito de Cristo. Paulo descreve isto exatamente: "...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." (Fp 2.12-13). Deus influencia o desejo, não por força, mas por amor, para fazer o que dará prazer a Ele. Se isso fosse feito à força, não mais seríamos agentes livres. Mas é o amor que suavemente influencia o desejo e o traz inteiramente sob o controle do Senhor Jesus Cristo. Nosso livre arbítrio não está suspenso, mas está a serviço do Senhor Jesus Cristo. Nossas mãos, pés e forças do corpo e da mente são todos empregados para trabalhar para Ele. Ele não suspende as leis da nossa constituição, mas nos dirige, e o amor de Cristo nos constrange ao querer e ao efetuar de Sua boa vontade.
Todas as obras que realmente são boas no homem são, em um sentido geral, obras de Cristo. Vezes e vezes a Bíblia afirma que nossas boas obras não são de nós mesmos, ou, de outra forma, de nossas próprias ações sem Deus. Deus nos dirige e influencia o nosso querer, para fazer o Seu querer. Elas são, em um sentido, nossas obras, porque as fazemos voluntariamente. Agora, em outro sentido, são Suas obras, porque Ele é a causa do mover de tudo. Na proporção que cedemos nosso querer a Cristo, no mesmo nível deixamos de pecar. Se somos dirigidos pelo Senhor, Ele não nos levará a pecar. Tanto quanto desistimos de nós mesmos em favor de Deus, tanto cessamos de pecar. Se somos controlados por Ele, de forma que Ele trabalha em nós, isso é para querer e efetuar Sua boa vontade.
O VERDADEIRO DESCANSO DA FÉ
Os crentes entram no descanso nesta vida. Isso aparece no texto e no contexto. O autor de Hebreus, em relação ao texto, estava argumentando com os judeus. Ele os prevenia a serem cuidadosos, senão eles falhariam em entrar no verdadeiro descanso, tipificado por seus pais entrando na terra de Canaã. Os judeus achavam que esse era o verdadeiro descanso. Mas o autor argumenta que existe um descanso superior, do qual o descanso terreno de Canaã era apenas um tipo. Os judeus poderiam ter entrado nesse descanso, exceto por sua incredulidade.
Se Josué tivesse dado a eles o descanso verdadeiro, ele não teria falado de um outro dia. Mas foi falado sobre um outro dia. Mesmo sobre o dia de Davi, é falado nos Salmos como ainda por vir: "...Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: 'Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração'. Ora, se Josué [que é um tipo de Jesus] lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.7-9). Portanto, ele argumenta que o descanso em Canaã não era o verdadeiro descanso prometido, mas tipificava o verdadeiro descanso. O que é, então, o verdadeiro descanso? É o da fé em Cristo, é o parar com nossas próprias obras. E os crentes entram nesse estado pela fé.
Muitas pessoas pensam que o descanso citado é o descanso celestial depois desta vida. Mas, com certeza, é um descanso que se inicia aqui. "Nós, porém, que cremos, entramos no descanso..." (Hb 4.3). Ele começa aqui, mas se estende pela eternidade. Lá será em um grau mais perfeito, envolvendo libertação dos sofrimentos e julgamentos a que os crentes estão sujeitos nesta vida. Mas é o mesmo descanso da fé, o dia do descanso (Shabbath), vindo da alma, quando eles param com suas próprias obras e se colocam sobre o Salvador. A fé é essencial para tomar posse desse descanso. O autor de Hebreus os adverte a não caírem na incredulidade, porque, pela fé, eles podem tomar posse imediata do descanso. Se, afinal, esse descanso pela fé tem um começo, ele precisa ser neste mundo.
Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma" (Mt 11.28-29). Somos informados que, se apenas viermos a Cristo, acharemos descanso. Se tomarmos Seu jugo de amor e confiarmos que Ele carrega todos os nossos fardos, encontraremos descanso. O salmista fala do mesmo descanso: "Volta, minha alma, ao teu sossego..." (Sl 116.7). Qual cristão não sabe o que é ter paz em Cristo e achar descanso de todos os perigos, perplexidades e sofrimentos da vida? Fé em Cristo traz a alma para o descanso. Fé instantaneamente dissolve o medo escravizante e traz a alma para a liberdade do Evangelho. Ela nos liberta do egoísmo e outras influências aos quais estávamos presos antes. Pela fé, confiamos em Cristo para nos guiar, santificar e justificar.
A alma não vê nenhuma necessidade para fazer isso por seus esforços egoístas. Por ela mesma, a alma foi tão longe no pecado, que é tão impossível como se ela tivesse estado por mil anos no inferno. Pegue o melhor cristão no mundo. Se o Senhor deixa sua alma, onde ele está? Ele vai orar, ou fazer qualquer coisa boa ou aceitável para Deus, sem Cristo? Nunca! O maior santo na terra imediatamente voltaria ao pecado, se fosse abandonado por Jesus Cristo. Mas a fé lança tudo sobre Cristo, e isso é descanso.
PRINCÍPIOS DA FÉ
A fé nos faz parar com todas as obras por nós mesmos. Pela fé, vemos que não temos mais necessidade de fazermos obras por nós mesmos do que a criança, cujo pai tem muitos milhões, tem necessidade de trabalhar por seu pão diário. Ela pode trabalhar por amor ao seu pai, ou por amor ao seu trabalho, mas não por alguma necessidade de trabalhar por seu pão diário. A alma que verdadeiramente entende o Evangelho, não vê necessidade de misturar sua própria justiça com a justiça de Cristo, sua sabedoria com a de Cristo, ou seus sofrimentos com os de Cristo. Se houver alguma necessidade disso, haverá mais tentação para o egoísmo e trabalho motivado na lei. Mas não há nenhum.
Pela fé, a alma cessa com todas as obras feitas por ela mesma. A fé traz um novo princípio para o agir, totalmente acima de todas as considerações endereçadas aos princípios naturais de esperança, medo e consciência. A fé traz a mente sob a influência do amor. Isso tira a alma da influência da consciência e a traz para a influência do mesmo princípio santo e celestial que influenciou o próprio Jesus. A fé traz a mente para o descanso e a faz parar com todos os inúteis esforços para a sua própria salvação, colocando todo o ser nas mãos de Cristo. Fé é confiança, revelando toda nossa força e interesses a Cristo, para sermos guiados, santificados e salvos por Ele. Ela aniquila com o egoísmo e, assim, não deixa nenhum motivo para nossas próprias obras.
A fé é um descanso absoluto da alma em Jesus, para tudo o que ela necessita, ou possa necessitar. É confiar nEle para tudo. Se uma pequena criança não acreditasse em seu pai, ela seria miserável. Ela é totalmente dependente de seu pai para morar, comer, vestir-se e todas as coisas debaixo do sol. Mas essa criança não sofre nenhuma preocupação, porque ela confia em seu pai. Ela descansa nele e está certa de que ele proverá tudo. Ela está tão satisfeita e feliz, como se tivesse todas as coisas em si mesma, porque ela tem confiança. A alma do crente descansa em Cristo, assim como o recém-nascido nos braços de sua mãe. O pecador penitente, como um infeliz condenado, se agarra a Cristo sem a menor ajuda ou esperança. Apenas quando ele vem a Cristo sozinho, Ele fará tudo o que for preciso. Se a fé consiste nessa confiança absoluta em Cristo, então é verdade que se toma posse desse descanso quando cremos. Precisa ser nesta vida, se a fé precisa ser exercitada nesta vida.
Incredulidade é a causa de todo o pecado no mundo. Incredulidade, por si só um pecado, é a fonte da qual todos os outros pecados jorram. É suspeitar de Deus, ou falta de confiança. Esta falta de confiança constitui o verdadeiro crime de Adão, não o mero comer da fruta. A desconfiança que levou ao ato exterior constituiu o verdadeiro crime, pelo qual ele foi expulso do Paraíso. No momento que falta fé a um indivíduo e ele é deixado à mera influência dos princípios naturais e apetites, ele é como um animal. As coisas que levam sua mente apenas para os sentidos influenciam a ele. Os motivos que influenciam a mente, quando ela age corretamente, são discernidos pela fé. Onde não há fé, não há motivos diante da mente, exceto aqueles ligados a este mundo.
Então a alma é deixada para entregar-se para a carne. Este é o resultado natural e inevitável da incredulidade. O olho está fechado para coisas eternas e nada diante da mente é calculado para criar qualquer coisa, a não ser egoísmo. Deixado para rastejar no pó, ele nunca pode ir acima de seus próprios interesses e apetites; o quanto a mente pode agir sem motivos? Mas os motivos da eternidade são vistos apenas pela fé. Meros apetites mentais e físicos nunca podem levar a mente acima das coisas deste mundo e o resultado é pecar, é a inclinação para a carne para sempre. No exato momento em que Adão duvidou de Deus, ele ficou propenso a seguir seus apetites. E é assim com todas as outras mentes.
Suponha que uma criança perca toda sua confiança em seu pai. Ela agora não pode ter nenhuma obediência sincera. Se ela pretende obedecer, é apenas por egoísmo, não de coração. A essência e o principal motivo de toda a amável obediência se foi. Será assim no céu; é assim no inferno. Sem fé é impossível agradar a Deus. Não podemos obedecer a Deus e sermos aceitos por Ele sem fé. Incredulidade é o fundamento de todo pecado na terra e no inferno e a alma que está vazia de fé é deixada para executar a sua própria condenação.
DESCANSANDO EM JESUS
A fé perfeita produziria amor perfeito e perfeita santidade, se nós confiássemos tudo que temos e somos e nos revelássemos a Cristo. Se um indivíduo não está santificado, sua fé é débil. Quando Jesus esteve na terra, se Seus discípulos cometessem pecado, Ele sempre os repreendia pela falta de fé: "homens de pequena fé" (veja Mt 6.30, 8.26; Lc 12.28; Mc 4.40; etc.). O homem que crê em Cristo não tem mais o direito de esperar pecar, da mesma forma que não tem o direito de esperar ser condenado. Você pode se chocar com isto, mas é verdade. Você deve receber Cristo para a sua santificação, do mesmo jeito que para a sua justificação. Você poderia esperar ser condenado, se você não recebesse Cristo como sua justificação. Mas, se você O recebe, você não tem motivo nem direito de esperar ser condenado. Se você depende dEle para a santificação, Ele não o deixará mais pecar, assim como Ele não deixará você ir para o inferno. E é irracional, não bíblico e maldade, esperar uma ou outra coisa. Nada além da incredulidade, em qualquer instância, é a causa do seu pecado.
Pegue o caso de Pedro. Quando os discípulos viram Jesus andando sobre a água, Pedro pediu permissão para ir até Ele sobre a água. Cristo disse a ele para vir. O convite de Jesus era a promessa de que, se Pedro tentasse, seria sustentado. Exceto por essa promessa, sua tentativa teria sido tentar a Deus. Mas com essa promessa, ele não tinha razão nem direito de duvidar. Ele fez a tentativa; e enquanto ele acreditou, a energia de Jesus o sustentou. Mas, assim que começou a duvidar, ele começou a afundar. Assim que a alma começa a duvidar, a boa vontade e a força de Cristo em sustentá-la num estado de perfeito amor começa a afundar. Pegue Jesus com Sua Palavra, faça-O responsável e descanse nEle. O céu e a terra vão passar rapidamente e Ele vai ignorar a alma que estiver caída no pecado.
Um estado de inércia é inconsistente com o descanso cristão. Como poderia ser descanso para alguém cujo coração estivesse ardendo e explodindo de amor por Deus, e para pessoas que sentam e não fazem nada? Mas é perfeito descanso para a alma arder em oração e esforços para a salvação deles. O tipo de alma que não descansa enquanto Deus é envergonhado, almas são destruídas e nada é feito para o seu resgate. Mas quando todas as suas forças são usadas para o Senhor Jesus Cristo, então é verdadeiro descanso. Assim é o descanso desfrutado por anjos, os quais nunca param, de dia ou de noite, todos ministrando coragem para os herdeiros da salvação.
"Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado" (Hb 4.1). Cada um de vocês sabe o que é vir a Cristo e descansar nEle? Você encontrou descanso de todos os seus esforços para salvar a si mesmo dos trovões do Sinai e das picadas da consciência? Você pode descansar suavemente em Jesus e achar todas as coisas essenciais para a santificação e salvação eterna nEle? Você encontrou salvação agora nEle? Se encontrou, então você entrou no descanso. Se você não encontrou isso, é porque você ainda está se esforçando para efetuar as suas próprias obras.
Traduzido por René Burkhardt
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