"Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente, ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus."
PENSE NISTO: "O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego!" (Albert Einstein).

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Aprovado Pela Opinião Pública


- por Charles G. Finney

“Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus” João 12.43

Existe uma clara distinção entre amor-próprio, ou o simples desejo por felicidade, e egoísmo. Amor-próprio, o desejo por felicidade e o medo da miséria, é uma parte da nossa estrutura, como Deus nos fez e queria que fôssemos. Esta indulgência, dentro dos limites da Lei de Deus, não é pecado. Mas, toda a vez que ela é buscada contrariando a Lei de Deus, ela se torna pecado.

Quando o desejo por felicidade, ou o medo da miséria, se torna nosso princípio controlador e preferimos a nossa própria gratificação a algum interesse maior, ele se torna egoísmo. Se, para evitar a dor ou alcançar a felicidade, nós sacrificamos interesses maiores, violamos a grande lei da benevolência desinteressada. Não é mais o amor-próprio agindo dentro dos limites legais, mas egoísmo.

Cristãos professos, que são movidos por esperança ou medo, algumas vezes são movidos por amor-próprio e outras por egoísmo. Seu maior objetivo não é glorificar a Deus, mas assegurar sua própria salvação. Os amigos de Deus e os amigos do homem concordam em muitas coisas e, se você olhar apenas para as coisas com as quais eles concordam, você não pode fazer distinção entre eles. Somente uma observação mais cuidadosa daquelas coisas nas quais eles diferem vai revelar que o plano principal do segundo grupo não é o de glorificar a Deus, mas o de assegurar sua própria salvação. Dessa forma, podemos ver seu objetivo maior. Quando, externamente, eles fazem a mesma coisa que os servos de Deus, eles a fazem por motivos totalmente diferentes. Conseqüentemente, os atos em si, à luz de Deus, são de um caráter inteiramente diferente.

COMPROMISSO CONSIGO MESMO

Alguns cristãos professos “amam mais a honra dos homens, do que a honra de Deus”. Não quero dizer que uma simples busca por reputação tenha levado esta classe a professar a fé. O cristianismo tem sido sempre muito impopular a muitas pessoas, para que pudesse fazer alguém se tornar um cristão professo a fim de ganhar reputação. Mas, quando se tornar um cristão aumenta a popularidade, um motivo complexo opera: a esperança de assegurar felicidade num mundo futuro e uma melhora na reputação aqui.

Muitos são levados a professarem o cristianismo, quando, num exame detalhado, o objetivo buscado é ser bem visto por outras pessoas. Seu compromisso se torna isto. Muito embora eles digam ser cristãos sinceros, você pode ver, por sua conduta, que eles não farão nada que os faça perder essa boa imagem diante dos homens. Eles não serão perseguidos por terem que desarraigar o pecado do mundo.

Pecadores impenitentes sempre são influenciados por uma, de duas coisas, em suas tentativas de imitarem o cristianismo. Ou eles fazem as tentativas baseados em princípios naturais (como compaixão ou amor-próprio), ou por egoísmo. Eles têm feito isso por compromisso com sua própria reputação, ou felicidade, ou pela gratificação de algum princípio natural que não tem nenhum caráter moral. Eles amam o louvor dos homens mais do que o louvor de Deus.

As pessoas que fazem do louvor dos homens o seu ídolo, fazem o que o apóstolo Paulo diz que certas pessoas faziam em seus dias. Por essa razão eles permaneceram ignorantes quanto à verdadeira doutrina: eles, “medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez” (2Co 10.12).

Ao invés de fazerem de Jesus Cristo seu padrão de comparação e a Bíblia sua regra de vida, muitos indivíduos não almejam nenhuma dessas coisas. Eles nunca sonharam seriamente em fazer da Bíblia o seu padrão. Sua grande preocupação é fazer tantas coisas e serem tão piedosos quanto as outras pessoas em suas igrejas. Seu objetivo é o de manter uma respeitável aparência de cristianismo. Ao invés de buscarem seriamente o que a Bíblia requer e questionar como Jesus Cristo agiria em tais e tais casos, eles olham para um cristianismo “comum” e ficam satisfeitos em imitarem a isto. Seu objetivo não é o de fazer o que a Bíblia diz, mas o que é respeitável.

Essas pessoas não se preocupam em elevar o padrão de santidade à sua volta. Elas não estão preocupadas que o padrão de santidade esteja baixo na Igreja, ou que seja difícil trazer pecadores ao arrependimento. Elas pensam que o padrão atual está alto o suficiente. Enquanto os verdadeiros amigos de Deus e dos homens estão reclamando sobre o padrão e tentando acordar a Igreja, isto parece uma intromissão para elas, uma disposição constrangedora.

Quando Jesus Cristo falou contra os escribas e fariseus, eles disseram: “Ele tem demônio” (Jo 10.20). Hoje eles podem dizer: “Ele está falando contra nossos doutores em divindade, e nossos melhores homens, e ainda ousa nos dizer que, a menos que a nossa justiça exceda a deles, não podemos entrar no Reino dos Céus. Que espírito mau ele tem!”.

Uma parte grande da Igreja tem este espírito e todos os esforços para abrir os olhos da Igreja e de fazer os cristãos verem que eles vivem como hipócritas, apenas levanta maldade e acusação. Eles dizem: “Que espírito mau ele mostra, tão cruel, em nada parecido com o espírito dócil, manso e amoroso do Filho de Deus”. Eles esquecem como Jesus Cristo amaldiçoou aqueles que tinham reputação de serem as pessoas mais piedosas naqueles dias. Foi o espírito hipócrita mostrado por homens que se diziam santos, que mexeram com Sua alma, moveram Sua indignação, e provocaram Suas chuvas incendiárias de condenação. Jesus se queixou de pessoas que criavam padrões de piedade e Ele as chamou de hipócritas, e bradou sobre suas cabeças as terríveis palavras: “Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.33).

UMA RELIGIÃO DE REPUTAÇÃO

Muitas pessoas são meticulosas em observar o que os outros consideram aceitável, ao mesmo tempo em que esquecem facilmente o que a opinião deles não impõe.

Considere, por exemplo, uma proibição. Quantas pessoas existem, que se submeteram à opinião dos outros, onde nunca se submeteriam a Deus ou ao homem? Primeiro elas esperaram para ver o que aconteceria. Resistiram em deixar o álcool. Mas, quando isto se tornou popular, e elas acharam que ficariam muito bem sem ele, abriram mão dele. Mas elas estavam determinadas a não fazer nada além do que a opinião dos outros as levaram a fazer. Não era seu objetivo destruir o monstro, mas manter um caráter de boa aparência. Elas amaram mais a honra dos homens, do que a honra de Deus.

Muitos indivíduos guardam o dia de descanso, não porque amam a Deus, mas porque isto é respeitável. Isto fica óbvio, porque eles o guardam enquanto estão entre seus conhecidos, ou onde são conhecidos. Mas, quando viajam para onde não são conhecidos, onde não será uma desonra pública, você os encontrará fugindo da igreja.

Esta classe de pessoas se abstém de todos os pecados que são condenáveis pela comunidade, mas ela faz outras coisas tão ruins quanto essas, que não sejam reprovadas. Ela negligencia coisas que são ordenadas na Palavra de Deus. Quando um indivíduo desobedece habitualmente qualquer mandamento de Deus, é certo que a obediência que ele parece ter não é por amor a Deus, mas por outros motivos. De fato, ele não obedece nenhum mandamento de Deus.

O apóstolo Tiago esclareceu esta questão: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10). Obediência aos mandamentos de Deus implica em um estado obediente do coração; então, nada é obediência, se não implicar em uma suprema consideração pela autoridade de Deus.

Se o coração de um homem é correto, então ele considera qualquer mandamento de Deus como sendo mais importante do qualquer outra coisa. E, se um homem considera alguma coisa como superior à autoridade de Deus, tal coisa é seu ídolo. Qualquer coisa que consideramos como suprema, é o nosso deus: reputação, conforto, riquezas, honra, ou qualquer coisa que coloquemos em primeiro lugar nos nossos corações.

Qualquer que seja o motivo para um homem constantemente negligenciar qualquer coisa que ele saiba ser o mandamento de Deus, ou sirva para promover o Reino de Cristo, ele o considera como superior. Não há nada aceitável para Deus em qualquer coisa que ele faça. Sua religião é a religião da opinião dos outros. É à opinião dos outros que ele obedece, em toda a sua conduta, e não à glória de Deus.

E quanto a você? Você negligencia constantemente o que Deus requer, porque isso não é sustentado, ou exigido, pela opinião dos outros? Se você diz ser um cristão, eu presumo que você não negligencie qualquer condição que seja fortemente imposta pela opinião pública.

Mas você negligencia constantemente algumas obrigações? Você pratica coisas aceitas pelos homens, que você sabe serem contrárias à lei de Deus? Se você faz isto, então você considera mais as opiniões dos homens do que o julgamento de Deus.

Um homem, que é obediente em casa, vai beber apressadamente um copo de conhaque, ou ir a uma bar e pedir uma bebida no momento que chegar? Quando eu estive no Mediterrâneo, em Messina, um homem me perguntou se eu iria a um bar com ele. “O que! Um ministro indo a um bar?”. “Por quê? Você está longe de casa e ninguém saberia disto!”. “Mas Deus não saberia disto?”. Estava claro que ele pensou que, embora eu fosse um ministro, eu poderia ir a um bar quando estivesse longe de casa. Não importava se Deus saberia isto, desde que os homens não soubessem. E como ele teve essa idéia? Vendo ministros fazerem essas coisas!

Se você permite a si mesmo qualquer pecado secreto e pensa que ninguém sabe disso, saiba que Deus o vê e já escreveu sob o seu nome: hipócrita. Você tem mais medo da vergonha aos olhos dos mortais do que da vergonha aos olhos de Deus. Se você amasse a Deus acima de tudo, seria algo pequeno para você que todo mundo conhecesse os seus pecados, em comparação a tê-los conhecidos por Deus. Quando tentado em qualquer coisa, você exclamaria: “O que! Eu vou pecar sob o olhar de Deus?”.

Cristãos declarados podem não praticar nenhum pecado secreto, mas negligenciam obrigações como a oração secreta. Eles vão para ter comunhão e parecem muito piedosos aos domingos, mas o seu quarto secreto de oração não é conhecido por Deus ou pelo homem. O seu ídolo é a reputação. Eles têm mais medo de perderem a sua reputação do que de ofenderem a Deus.

Essas pessoas têm uma consciência de coisas que são populares e nenhuma consciência, afinal, de coisas que não são criticadas pelos outros. Você pode pregar e claramente provar isto a elas, até fazê-las confessar que isso é sua obrigação. Entretanto, se isso não é uma questão de reputação, elas vão se afastar, como antes. Mostre a elas um “Assim diz o Senhor” e faça-as ver que suas ações são inconsistentes com a perfeição cristã, contrárias aos interesses de Jesus, e, ainda assim, elas não vão mudar. Elas consideram os requisitos da opinião pública e amam o louvor dos homens, mais do que o louvor de Deus.

FANÁTICO OU NA MODA?

Esta classe de pessoas geralmente teme o pensamento de ser considerada fanática. Elas ignoram que o mundo está errado! A opinião geral do mundo é contra Deus e cada um que pretende servir a Deus precisa voltar sua face contra a opinião do mundo. Em um mundo de rebeldes, a opinião pública obviamente está tão errada quanto a discussão com Deus. O mundo está errado e os caminhos de Deus são diretamente contrários aos seus caminhos. Conseqüentemente, é verdade, e tem sido sempre verdade, que “todos que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12). Eles serão chamados de fanáticos, supersticiosos, irracionais, etc.; eles têm sempre sido e sempre serão.

Mas essas pessoas de opinião dirigida nunca irão além do que seja consistente com as expectativas dos homens do mundo. Elas dizem que precisam fazer isto ou aquilo, de modo a influenciar tais homens. Os amigos de Deus e do homem são o oposto disso. Seu principal objetivo é o de virar o mundo de cabeça para baixo, trazer todos os homens à obediência a Deus e remodelar as opiniões dos homens, para conformá-las à Palavra de Deus.

Muitos cristãos professos têm a intenção de fazer amigos em ambos os lados e sempre tomam o caminho do meio. Por um lado, eles evitam a reputação de estarem acima da justiça e, por outro lado, de serem relaxados, ou não-religiosos. Uma pessoa poderia manter uma profissão de fé respeitável por séculos, sem nunca ser chamada de fanática. E o padrão ainda é tão baixo, que, provavelmente, grande parte das igrejas protestantes esteja tentando ficar em cima do muro.

Eles parecem ter amigos em ambos os lados. Eles não são considerados reprovados, ou fanáticos. São cristãos na moda!

Eles podem ser chamados de “cristãos na moda” por duas razões: uma é que seu estilo de religião é popular e modista; e a outra é que, geralmente, eles seguem modismos do mundo. Seu objetivo é agradar ao mundo. Não importa o que Deus quer. Eles estão determinados a manter a paz com os inimigos de Deus. Eles têm mais consideração pelos homens do que por Deus. E se, alguma vez, eles tiverem que escolher entre desagradar seus amigos e vizinhos e ofender a Deus, eles ofenderão a Deus. Se a opinião pública se choca com os mandamentos de Deus, eles vão preferir a opinião pública.

Ainda que eles não exercitem autonegação para conquistar o aplauso de Deus, eles exercitarão uma grande autonegação para conquistar o aplauso dos homens. Os homens que deixaram de beber licor, porque a opinião pública diz que isto é necessário, também deixarão de beber vinho ‘em qualquer momento’ que uma poderosa opinião pública determinar isto, não ‘até’ que determine isto.

Se um ministro dessa classe prega um sermão, ele fica mais ansioso em saber o que as pessoas pensam sobre ele, do que em saber o que Deus pensa dele. E, se ele falha, a desgraça disso com os homens o machuca dez vezes mais do que o pensamento de que ele tenha desonrado a Deus, ou impedido a salvação de almas.

Quando algum pecado secreto é encontrado, ele fica mais perturbado com isso por ter sido envergonhado, do que por ter desonrado a Deus. Ou, se ele cai abertamente em pecado, ele se preocupa mais com a vergonha do que com o pecado.

Esses cristãos na moda estão mais ansiosos com sua aparência aos olhos do mundo, do que aos olhos de Deus. Mulheres com esse caráter estão muito mais interessadas em como o seu corpo aparece aos homens, do que como seu coração aparece a Deus. Uma mulher dessas vai gastar toda a semana colocando tudo em ordem para parecer agradável, mas não vai gastar nem meia hora em secreto para preparar seu coração diante de Deus.

Todo mundo pode ver o que é essa religião, no momento em que ela é feita para ser vista. Ninguém fica embaraçado em dizer qual é o nome desse homem ou dessa mulher: hipócrita. Eles vão entrar na casa de Deus com seus corações escuros como a meia-noite, enquanto tudo em sua aparência exterior é atrativo e respeitável. Eles precisam parecer bem aos olhos dos homens, não importando o que Deus vê. O coração pode ser escuro, desordenado e poluído, mas eles não se importam, contanto que os olhos do homem não detectem nenhuma mancha.

SE OPONDO À LUZ

Muitas pessoas se recusam a confessar seus pecados da maneira que a lei de Deus exige. Se é exigido que elas confessem mais do que pensam ser consistente com sua reputação, elas ficam mais preocupadas em como isto afetará seu caráter, do que se Deus ficará satisfeito.

Examine seu coração, você que fez confissões, e veja o que mais afeta a sua mente: o que Deus pensou disso, ou o que os homens pensaram. Você se recusou a confessar o que você sabia que Deus exigia, porque isto mancharia a sua reputação entre os homens? Deus não vai julgar o seu coração?

Pessoas que confessam a Cristo geralmente ficam tão envergonhadas em cumprir sua obrigação, que elas não a cumprirão. Quando uma pessoa fica muito envergonhada para fazer o que Deus exige, fica claro que a sua própria reputação é o seu ídolo. Quantas pessoas ficam envergonhadas de reconhecerem a Jesus Cristo, envergonhadas para reprovar o pecado e envergonhadas para falar claro quando Cristo é atacado? Se elas considerassem a Deus acima de tudo, em algum momento elas poderiam ficar envergonhadas por fazerem sua obrigação?

Suponha que a esposa de um homem tenha sido blasfemada: ele ficaria envergonhado de defendê-la? De forma alguma! Se os seus filhos fossem abusados, ele ficaria envergonhado por ajudá-los? Não se ele os amasse! Não seria a vergonha que o impediria de defender sua esposa ou seus filhos.

Essas pessoas não vão tomar decisões firmes, quando estiverem entre os inimigos da verdade, se estiverem sujeitas a serem reprovadas por fazerem isto. Elas são corajosas quando estão entre amigos e fazem uma grande exibição de sua coragem. Mas, quando levadas a julgamento, elas negarão ao Senhor Jesus Cristo diante de Seus inimigos. Elas vão expô-Lo a uma vergonha total, ao invés de repreender a maldade, ou falar alto em Sua defesa entre Seus inimigos.

Muitos se opõem a toda luz que avança sobre assuntos práticos. Eles ficam perturbados com toda nova proposta que ataque suas carteiras, ou que invada sua costumeira auto-indulgência. Você pode falar ou pregar em favor disso, tanto quanto o agrade. Só há um modo de alcançar essas pessoas, que é criando uma nova opinião pública. Quando você tiver convencido, pelo Espírito Santo, um número suficiente de pessoas na comunidade, para criar uma opinião pública a esse respeito, então elas adotarão sua nova proposta, não antes disso.

Alguns cristãos professos geralmente se opõem aos homens, meios e coisas que sejam impopulares e sujeitos à reprovação; mas, quando se tornam populares, se rendem a eles. Deixe um ministro sair pelas igrejas de qualquer Estado e despertá-las. Enquanto ele for pouco conhecido, essas pessoas não terão medo de falar contra ele. Mas, se ele ganha influência, elas o elogiarão e dirão que são os seus amigos mais chegados.

Antes da morte de Jesus, Ele tinha um certo grau de popularidade. Multidões O seguiram pelas ruas cantando: “hosana, hosana!”. Mas, assim que Ele foi preso, todas elas mudaram e começaram a gritar: “Crucifiquem-No, crucifiquem-No!”.

Assim como elas seguem a maré quando um homem é reprovado, elas seguem a maré quando ele é honrado. Uma exceção é quando elas se tornaram tão envolvidas com a oposição, que não possam mudar sem serem envergonhadas. Elas ficarão em silêncio, até que surja outra oportunidade de escapar das chamas que os queimam por dentro.

Muitas vezes, quando um reavivamento começa, certos membros da igreja se opõem a ele. Eles não gostam que certas coisas sejam feitas e ficam com medo de que haja excitação demais. Mas a obra segue e, de repente, eles parecem ceder e vão com a multidão. Então, quando o avivamento termina e a igreja esfria novamente, você os encontrará renovando sua oposição à obra. No fim, eles vão induzir a própria igreja a criticar todo o reavivamento de que ela gostou tanto.

O mesmo tem sido verdade com relação a missões e, se acontece qualquer coisa desfavorável às missões, você encontrará um monte desses “defensores do tempo bom” fazendo oposição.

O MEDO DO HOMEM

Se qualquer coisa é proposta para promover o cristianismo, as pessoas amantes da opinião ficam muito sensíveis e cuidadosas para não fazerem o que seja impopular. Elas perguntam o que as outras igrejas irão pensar. Se é algo que traga reprovação à sua igreja ou seu ministro, à vista dos incrédulos ou das outras igrejas, elas se perturbam. Não importa quanto bem isso irá fazer, ou quantas almas salvará, elas não querem fazer nada que manche a respeitabilidade de sua igreja.

Os verdadeiros amigos de Deus e do homem sempre estão formando e corrigindo a opinião pública em todos os pontos em que estiver errada. Com todo o seu coração, eles caçam maldades a fim de mudar o mundo e tirar a iniqüidade da terra. A outra classe sempre está seguindo a opinião pública como ela é. Ela está pronta a taxar de imprudente ou precipitado, qualquer homem ou coisa que impeça a maré da opinião pública e desviá-los para outro caminho.

As pessoas podem facilmente fazer elas mesmas crerem que certas coisas sejam atos de piedade, que, na verdade, são apenas atos de hipocrisia. Elas fazem coisas que externamente pertençam à piedade e dão crédito a si mesmas, por serem santas. Seus motivos são todos corruptos e vazios, nenhum deles saídos de uma consideração suprema à autoridade de Deus. Isto fica claro pelo fato de que elas não fazem nada, exceto quando as exigências de Deus são apoiadas pela opinião pública. A menos que você queira cumprir toda a sua responsabilidade e obedecer em tudo, a piedade que você demonstra é pecado contra Deus.

Quantos de vocês incorreriam em um pecado declarado, se não por constrangimento da opinião pública, o medo da vergonha e o desejo de obter crédito pela virtude? Verdadeira santidade vem pela consideração à autoridade de Deus, a despeito da opinião pública.

De outra forma, você faz isso para obter crédito aos olhos dos homens. Mas se você espera qualquer favor de Deus, você se desapontará, com certeza. A única recompensa que Ele derramará sobre tal hipocrisia é a condenação.

Quem de vocês concordará em tomar a Bíblia para o seu padrão, Jesus Cristo por seu exemplo e fazer o que é certo, independentemente do que o homem possa dizer ou pensar? Todo aquele que não quiser fazer desta forma, precisa considerar a si mesmo como um estranho para a graça de Deus. De forma alguma ele está em um estado de justificação. Se ele não está resolvido a fazer o que ele sabe que é certo, isto é uma prova positiva de que ele ama o louvor dos homens mais do que o louvor de Deus.

Ser um cristão é ser governado pela autoridade de Deus em todas as coisas, não viver por esperanças e medos, mas pela suprema consagração de si mesmo a Deus. Se você pretende ser um cristão, você precisa calcular o custo. Não vou bajular você. Eu nunca vou tentar atrair você a se tornar um religioso escondendo a verdade. Você precisa dar a si mesmo totalmente a Cristo. Você não pode navegar em direção ao céu nas ondas da opinião pública.

Quem está do lado do Senhor? Quem deseja dizer: “Não vou mais praticar o mal, mas estou determinado a fazer a vontade de Deus em todas as coisas; deixe o mundo pensar ou dizer de mim o que quiser”? Se você deseja fazer isto, então ajoelhe-se e ore para que Deus aceite e sele sua solene promessa de obedecer a Ele em todas as coisas.


Traduzido por René Burkhardt


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