"Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente, ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus."
PENSE NISTO: "O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego!" (Albert Einstein).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eleição


- por René Burkhardt | 15 de Novembro de 2009


Não pretendo convencer ninguém a mudar de idéia, a respeito do assunto em questão. Muito menos, tenho a pretensão de considerar alguém como não cristão, por não ter a mesma visão sobre este assunto. Esta é uma questão secundária, dentro do cristianismo, e, portanto, muitos cristãos verdadeiros poderão discordar sobre isto, entre si, mas concordarão com as verdades essenciais, que nos são indicadas pelo Espírito de Cristo.

Para emitir minha opinião, preciso trazer à tona os preceitos básicos dos grupos favoráveis e contrários à idéia da eleição soberana de Deus, quanto a quem será salvo e quem não será. Basicamente, temos os calvinistas (defensores das idéias de João Calvino – 1509/1564) e os arminianos (defensores das idéias de Jacob Armínius – 1560/1609). Praticamente todas as denominações atuais concordam com um, ou com outro grupo, sobre a provisão de Deus para a salvação.

As doutrinas de Calvino e de Armínius, de forma bastante simples, são resumidas assim:

1º Depravação Total:

► para Calvino - indica que os seres humanos não são capazes de crer em Cristo até que Deus primeiramente mude sua natureza através da regeneração. O novo nascimento precede a fé salvadora!
► para Armínius - A queda afetou negativamente todo o indivíduo. Uma pessoa caída, depravada, não é capaz, à parte de uma obra sobrenatural de Deus, de crer em Cristo para salvação. Mas onde o Calvinismo diz que a primeira obra de Deus, sobre os seres humanos caídos, deve ser a regeneração (de forma que somente os eleitos podem ser salvos), os arminianos dizem que Deus primeiramente faz uma obra da graça capacitante, anterior à regeneração, que torna possível que uma pessoa não regenerada responda em fé à oferta de salvação em Cristo. Isto torna a fé possível, mas não garante a fé, nem produz a regeneração até que a fé é exercida.

2º Eleição Incondicional:

► para Calvino - Na eternidade, antes de algo ter sido criado, Deus antecipou e escolheu certas pessoas para serem salvas, sem considerar nada de sua parte, nem mesmo a fé. Ele determinou salvar aos “eleitos” e, o restante, Ele determinou condenar.
► para Armínius - A eleição é condicional. Sim, na eternidade Deus escolheu salvar alguns e não todos, mas escolheu aqueles que satisfariam a condição da fé. Ele escolheu salvar os crentes e não salvar os incrédulos. Como a salvação, a eleição é por meio da fé.

3º Expiação Limitada:

► para Calvino - Isto quer dizer que Deus enviou Seu Filho para morrer pelos pecados dos eleitos, apenas. Num sentido salvador, Jesus não morreu pelo mundo todo.
► para Armínius - Os arminianos crêem que a Bíblia ensina a expiação ilimitada: que Jesus morreu por todos, para cada e todo ser humano, assim, tornando a salvação acessível a todos.

4º Graça Irresistível:

► para Calvino – Quando, na história, os “eleitos” são salvos, a obra de Deus da regeneração não pode, ser resistida por eles com êxito. Embora todas as pessoas caídas resistam a Deus, Ele regenera os eleitos sem sua cooperação. Somente após a regeneração eles são trazidos à fé e à submissão.
► para Armínius - a obra salvadora de Deus pode ser resistida. A graça capacitante de Deus, tornando a fé possível aos seres humanos depravados, pode ser recebida ou rejeitada. Ele graciosamente opera tanto naqueles que irão crer, como naqueles que não irão, para tornar a fé possível, apesar de sua depravação. Em resposta, alguns crêem e são salvos; outros, que poderiam por meio disso crer, não crêem e se perdem.

5º Perseverança:

► para Calvino - Aqueles que Deus regenerou nunca deixarão de ser regenerados novamente, por causa de sua natureza regenerada e da obra graciosa que Ele faz dentro deles.
► para Armínius - Os arminianos crêem que a própria perseverança é condicional, que uma pessoa verdadeiramente regenerada pode ou não perseverar na fé salvadora.

Assim, a salvação, para Calvino, é a eleição e, para Armínius, é a fé. Ambos apresentaram argumentos interligados entre si, formando um todo lógico. Desta forma, um preceito não subsiste sem os outros.

É diante desses argumentos que faço minhas considerações:

Depravação Total

A depravação total do ser humano é bastante clara e todos concordam com este fato, tanto, que todos reconhecem a necessidade da regeneração. A grande diferença (e ela é fundamental para que se forme uma opinião) está no momento e na forma dessa regeneração. Também creio que, antes da regeneração, o Senhor nos capacita a fazer uma opção, diante da oferta de salvação em Cristo Jesus.

Os profetas disseram, muito tempo antes da primeira vinda de Cristo, que o Senhor derramaria o Seu Espírito sobre TODA A CARNE (Jr 31.33; Ez 36.27; Jl 2.28). E o Espírito nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Talvez alguém queira considerar que tais profecias eram para os tempos do fim, mas Pedro, em seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes, tomou as palavras do profeta Joel como válidas, já a partir daquele momento. Desta forma, se conclui que o Espírito de Deus já está operando junto a todas as pessoas, mediante a Palavra, fazendo Sua obra de convencimento. E cada um pode aceitar ou rejeitar essa boa nova, pois convencer não significa forçar a andar de acordo com o que é dito, mas, através de argumentos, provar que o que é dito é verdade.

Aceitar a instrução do Espírito significa crer que tal mensagem seja verdadeira e aplicar essa verdade em sua própria vida (agir em fé). Mas esta atitude de fé é provada, para que os aprovados sejam, enfim, regenerados. Desta forma, a regeneração será o resultado do perseverar (esforço – ver Mt 11.12) nesse estágio inicial da fé, que veio pela pregação (Rm 10.17). Esse esforço é continuar crendo na pregação, a despeito de tudo o que a possa contrariar. E aqui também existe a obra do Espírito Santo, que não permite que “sejais tentados além das vossas forças” (1Co 10.13).

Mediante esse andar em fé, estaremos produzindo frutos, que são o testemunho de que existe um caminho melhor a ser seguido, do que o caminho da depravação, da morte eterna. Este testemunho é o grande fruto que se pode produzir, porque, através dele, se pode “responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15), tendo oportunidade de fazer discípulos. E “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (Jo 15.8).

Concluindo, creio que a regeneração se dá após um “período de provas” (de tamanho e intensidade indefinidos e desconhecidos, até que se tenha passado por ele totalmente), onde, durante e ao final dele, a pessoa opta por permanecer no amor do Senhor, reconhecendo sua própria miserabilidade, ou opta por rejeitar esse amor, considerando-se auto-suficiente para tudo. “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu AOS QUE O AMAM” (Tg 1.12).

Essa coroa da vida já passa a pertencer à pessoa, quando ela é regenerada, pois, a partir disto, ela está na mão do Senhor e ninguém a arrebatará da Sua mão (Jo 10.28). Talvez este esteja sendo o ponto que mais venha causando discussões, divergências, quanto ao que o Senhor diz: o momento do novo nascimento. Muitos têm pensado que, ao concordar que a pregação é verdadeira, ou ao levantar a mão durante um apelo, a pessoa já esteja nascendo de novo e esteja na mão do Senhor. Mas, na verdade, a pessoa será ensinada e provada antes disso, para que, a todo momento, possa fazer sua opção de maneira consciente. É como se, diante de cada prova, a pessoa dissesse: “Apesar das dificuldades, eu vou continuar servindo ao Senhor, porque, sem Ele, minha vida é desprezível e, mesmo diante de todos os prazeres que eu pudesse desfrutar, eu nunca chegaria ao prazer eterno de estar com o grande Deus Criador”.

Pedro fez uma declaração parecida com esta, muito antes de sua regeneração, quando Jesus perguntou se eles (Seus seguidores) queriam abandoná-Lo: “Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (Jo 6.68-69). Muito depois disto, Pedro negou publicamente a Jesus, em uma clara demonstração de que ainda não havia sido regenerado, pois quem já nasceu de novo não nega o seu Senhor, nem mesmo diante de torturas e da morte. Mas, no momento daquela declaração, ele já seguia a Jesus, reconhecia que Ele tinha as palavras da Verdade e cria e conhecia que Jesus era o Cristo de Deus.

Como os outros preceitos, que envolvem a doutrina da eleição, dependem totalmente do entendimento da depravação e da regeneração do homem, agora fica mais fácil considerar os outros pontos.

Eleição Incondicional

Ao considerar que a regeneração do homem será uma conseqüência de sua fé, já estou afirmando que a eleição de Deus é condicional, ou seja, Ele escolheu, previamente, aqueles que satisfariam a Sua condição da fé. Paulo diz, em Romanos 8.29, que Deus “os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho”, e este texto tem sido usado pelas pessoas que defendem a eleição incondicional de Deus. Porém, o verso começa com a frase “Porquanto aos que de antemão conheceu”. Isto quer dizer que Deus conheceu antecipadamente as vidas das pessoas.

Pedro diz a mesma coisa: “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai” (1Pe 1.2). Aqui fica claro que a eleição de Deus é por Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência, conhecendo os fatos antes mesmo que eles aconteçam. Mediante os fatos, a constatação do exercício da fé pelas pessoas, é que Ele elegeu as que seriam salvas e as que seriam condenadas. Ele sabe tudo o que vamos fazer, quais decisões iremos tomar, sem manipular nossas decisões e sem ser pego “de surpresa” por elas.

No nosso nível de entendimento, é como se olhássemos para trás, para vermos algumas decisões que tomamos. Por exemplo: ao me vestir, de manhã, escolhi uma camisa azul, entre outras opções que tinha. Saber disto agora, não me faz mudar a escolha que havia feito pela manhã. Mesmo que eu troque de camisa agora, não terei alterado o que fiz antes. Da mesma forma, o fato de Deus saber antecipadamente das nossas decisões, não faz com que Ele mude essas escolhas.

Talvez alguém pergunte: “Então não adianta orar para que Deus aja?”. Sim, adianta. Ele mesmo nos diz para orarmos, que Ele atenderá nossos pedidos. Mas isto não significa que Ele vá manipular a vontade de alguém. Quando oramos pela conversão de alguém, Deus não vai pegar a pessoa e fazer a escolha por ela. Mas, certamente, em Sua misericórdia, Ele pode aumentar as opções dessa pessoa escolher viver com Ele, ou diminuir as opções que ela tem de não viver com Ele. Ele terá atendido o nosso pedido de usar da Sua misericórdia, do Seu amor e do Seu poder com tal pessoa, sem, no entanto, fazer a escolha por ela. E, neste caso da conversão de pessoas, o que Deus mais usa é o nosso próprio testemunho de vida cristã.

Expiação Limitada

Vou deixar a própria Palavra do Senhor falar: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que O MUNDO FOSSE SALVO POR ELE. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado... Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3.17-18, 21). E também: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para COM TODOS” (Tt 3.4).

Estas são claras declarações de que a expiação feita por Jesus é ilimitada e está disponível para todo aquele que crer na Sua pregação. Aqui está claro que as pessoas podem optar por crer ou não crer em Jesus. E o que crê pratica a verdade que está ouvindo, aproximando-se do Senhor.

Esta oferta de salvação é para todos, não apenas para alguns escolhidos antes de manifestarem fé. Afinal, Deus “deseja que TODOS os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.4). Isto é contrário a limitar previamente a salvação a um determinado grupo de pessoas.

Graça Irresistível

Esta questão, para ser possível, também dependeria de que a regeneração do homem fosse feita antes de uma manifestação de fé. Portanto, conforme já externei antes, penso que a Graça Irresistível não seja viável, pois creio que seja possível ao homem resistir à graça de Deus, rejeitando-a.

Mas gostaria de levantar uma questão, dentro deste assunto: se a eleição prévia dos que são salvos e dos que são condenados fosse verdadeira, como seria o julgamento final dos condenados? Deus, o Grande Juiz, diria: “Vocês estão condenados à eternidade no lago de fogo e enxofre, que arde eternamente, e aqueles estão salvos disto, passando a viver Comigo eternamente”. Então os condenados argumentariam: “Por quê? Se isto é um julgamento, é preciso que haja justiça. Se fomos formados sem chance de regeneração, como sermos condenados por algo que não tínhamos condições de alcançar, ou fazer?”.

“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, JULGA segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1Pe 1.17). O julgamento é mediante as obras de cada um, que são os resultados das escolhas feitas. O justo (o q vive por fé) é salvo, porque acolheu a Verdade pregada. O incrédulo (o q rejeitou a Palavra) é condenado por seu desprezo ao conhecimento de Deus. Se as pessoas não tivessem condições de fazer obras diferentes das que fazem, elas não poderiam ser julgadas por isto.

É certo que o oleiro pode fazer, do mesmo barro, um vaso para honra e outro para desonra. Deus poderia ter feito pessoas para serem salvas e outras para serem condenadas, mas isto iria contra o Seu caráter, pois feriria a Sua justiça. Ao ser indagado “por que Você me fez assim”, Ele não poderia responder que foi por amor a essa pessoa e, como vimos antes, o Seu amor é por todas as pessoas (Tt 3.4). A pessoa lançada no lago de fogo e enxofre é objeto da ira de Deus, não de Seu amor.

Perseverança

Neste ponto, sou levado a concordar, em parte, com os calvinistas e, em parte, com os arminianos. Conforme já foi dito antes, depois que a pessoa está na mão do Senhor Jesus, ninguém a tira dali, nem mesmo a própria pessoa. Depois de ser regenerado, de ser nova criatura, ninguém vai querer (nem poder) voltar a ser o que era. A perseverança ainda será necessária, para suportar as aflições e provas de fé que continuarão acontecendo, mas a ausência dela já não será um fator que pudesse fazer a pessoa perecer, pois ela estaria vivendo como filha de Deus, recebendo, assim, os Seus cuidados e a Sua disciplina, se necessário.

Após a regeneração, a pessoa pode chegar a tal estado de provação, que poderá desejar a própria morte: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida” (2Co 1.8). Mas, aí, o Pai Celestial vem em seu socorro, para livrar daquela situação, seja através da retirada da situação, ou de um fortalecer que seja suficiente para enfrentar com alegria a própria morte.

Em resumo, seria isto:

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado... Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam... Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e ASSIM vos tornareis meus discípulos” (Jo 15.2-3, 6, 8).

Aqui há uma progressão: pela reconciliação geral feita por Jesus, ao ouvir a pregação, somos enxertados Nele. A Sua Palavra nos limpa. Se permanecermos em fé à pregação ouvida, daremos frutos, caso contrário, não. Se não permanecemos, somos cortados. Mas, se permanecemos, damos muitos frutos, glorificando ao Pai, e, a partir daí é que nos tornaremos discípulos de Jesus. A fé já veio, pela pregação. A permanência, o perseverar na fé, é que vai gerar o novo nascimento que nos garante a posição de discípulos de Jesus e a vida eterna (“te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” – Jo 3.3). Isto coloca o novo nascimento em um tempo diferente do momento em que se crê e se exercita fé. Este nascimento se dará após a perseverança na fé. Haverá provas de fé. Sendo aprovado, se dará o novo nascimento e, mesmo depois disto, haverá mais provas de fé, porém, sem mais existir o risco de ser cortado, pois o crente estará na mão do Senhor e, dela, ninguém pode arrebatar.

“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro... o qual nós anunciamos, advertindo a TODO homem e ensinando a TODO homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos TODO homem perfeito em Cristo” (Cl 1.20-23, 28).
Amém!


6 comentários:

Alexandre Pitante disse...

Paz,

Coloquei o comentário no meu blog, leia.

Abraço em Cristo, Alexandre Pitante.

René disse...

Amado Alexandre,

Perfeitamente compreendido!
Também não gosto do corporativismo que você citou.
Mas, como você viu no meu texto, divergimos sobre o peso na balança. Nada que nos torne inimigos, nem mesmo que interfira em nossa salvação.
Por último, também creio (e não abro mão disso) na soberania de Deus. Mas entendo que Seu Ser é completo e perfeito, aliando Sua soberania com Sua Justiça e Seu amor.
Obrigado pela resposta.

Que a Paz do Senhor Jesus continue com você!

Anônimo disse...

Caro Ir. René,
Graça e Paz!

Concordo com o teu ponto de vista, achei o texto que a muito tempo procurava (risos). Creio que nem o calvinismo, nem o arminianismo são absolutamente corretos.

Parabéns pelo texto, e já estou seguindo o teu blog. Se permitir, posso colocar esse texto no meu blog?

No Profundo Amor de Cristo,
Elton Morais

René disse...

Amado Elton,

Agradeço sua visita e suas palavras de elogio. Certamente, os elogios são para o Espírito Santo, que trouxe a mensagem, assim como a esclareceu para você, a ponto de você concordar com ela.

Você pode ficar à vontade para publicar a postagem que quiser, deste blog, pois todas elas são a respeito da Palavra de Deus, que deve ser divulgada a tantos quantos pudermos.

Que a Paz do Senhor Jesus continue com você!

Pedro Henrique Martins disse...

Caro René, a Paz e a Graça do Senhor sejam contigo!

De fato, esses assuntos têm gerado longos e acirrados debates; contudo, precisamos de equilíbrio e imparcialidade em nossas colocações e posições.

Gostaria apenas de dar o meu parecer acerca do texto de Joel 2.28 a, onde lemos: "E há de ser que, depois daqueles dias, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne...".

Na minha modesta interpretação, a expressão "derramamento do Espírito" não se refere ao convencimento dEste no pecador (Jo 16.8-11), mas ao Batismo no Espírito Santo, prometido a todos quantos "...o SENHOR chamar" (v. 32; At 2.38,39). Portanto, "toda a carne" se refere àqueles que já receberam o dom da salvação, isto é, ao Seu Povo salvo. Quando, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado nos discípulos, eles já eram regenerados (Jo 20.22).

Que Deus abençoe os teus estudos.

Um abraço,

P.H.

René disse...

Amado Pedro Henrique,

Agradeço muito sua visita e seu comentário. Ele demonstra que você tem buscado e encontrado o conhecimento do Senhor.

Nesse caso específico, do derramamento do Espírito sobre toda carne de Joel 2, entendo como sendo sobre todas as pessoas, não apenas dos já regenerados, exatamente por conta do convencimento dos pecadores. A Palavra de Deus só pode ser assimilada, gerando fé, por ação do Espírito. Sem o Espírito pode-se decorar a Bíblia sem, no entanto, compreendê-la. A própria obra da pregação é direcionada pelo Espírito, tanto em quem a prega, quanto naqueles que Ele leva a ouvi-la. Afinal, é Deus que acrescenta aqueles que vão sendo salvos. Isto supõe uma ação do Espírito anterior à conversão. Quando Isaías diz: "Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele", é com um povo rebelde, não regenerado, que ele está falando, demonstrando a presença e atuação do Espírito junto àqueles que ainda não se converteram.

Creio, com base nessa premissas, que essa seja a grande "novidade" de Deus, no período neo-testamentário. A idéia de Igreja esteve oculta, até então. Ora, o que é a Igreja, senão a reunião dos convertidos, primeiramente os judeus, depois os gentios? E, para haver essa conversão, é necessária a atuação do Espírito sobre todos. É necessário que todos tenham a compreensão da Palavra, a fim de fazerem sua escolha definitiva: sim ou não para Jesus. E, para se ter essa compreensão, é necessária a atuação do Espírito em cada indivíduo. Por isto, creio, Ele foi derramado sobre toda a carne. Se não fosse assim, poderíamos afirmar que alcançamos a salvação, mesmo através do sangue de Jesus, através do nosso próprio mérito, nossa própria capacidade de compreender toda a obra de salvação. Creia! Ninguém consegue isto, se não for pelo Espírito de Cristo. Ou então, teríamos que concordar com o pensamento calvinista, de que Deus se revela, ou permite o convencimento, apenas para Seus escolhidos.

Um grande abraço e que a Paz do Senhor Jesus continue com você!