"Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente, ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus."
PENSE NISTO: "O valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego!" (Albert Einstein).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um Caminho Para a Intimidade

- por René Burkhardt | 05 de Julho de 2010

Já que somos chamados à intimidade com o Senhor, certamente há um caminho que nos leve a isto. É claro que o Caminho para Deus é Jesus. Mas falo dos conceitos práticos do que seja chegar à intimidade com Deus, através de Jesus. E, para isto, compartilho um dos textos bíblicos que dão essa indicação, a parábola do tesouro escondido no campo, em Mateus 13.44:

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo”.

Antes de mergulhar nesta parábola, chamo atenção para o versículo 35, deste mesmo capítulo de Mateus: “Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a criação”. Este versículo nos mostra que há coisas ocultas sendo reveladas nas parábolas que o Senhor nos contou. E são essas coisas ocultas que devemos buscar, sempre de forma conotativa ao restante das Escrituras.

Talvez alguém pergunte: “Mas o que há de oculto na parábola do tesouro escondido? Todo mundo sabe que o tesouro escondido é Jesus, ou seja, o próprio Reino de Deus”. E é verdade! O tesouro escondido é Jesus, é o Reino dos Céus. Mas se a Palavra diz que há coisas ocultas sendo reveladas nas parábolas de Jesus, esta parábola não seria diferente.

Ela fala de um tesouro no campo, encontrado por um certo homem. Ora, se o tesouro é Jesus, o que representa este campo? Jesus nos é revelado pelo Evangelho. Então, esse campo representa o Evangelho. O homem, que está no campo cavando em busca do tesouro, é o cristão. É uma pessoa que já ouviu falar do tesouro e sabe onde encontrá-lo. Por isto ele está lá cavando, procurando. Outro detalhe a respeito deste homem é que ele é pobre. O rico não cava o terreno. Ele pagaria aos outros para cavarem por ele.

Também nos é dito que, ao encontrar o tesouro, o homem o escondeu. Isto soa estranho, afinal, temos aprendido que devemos compartilhar o nosso tesouro com os outros. Aqui, podemos ter uma pista do que aconteceu, através de Paulo. Em Gálatas 1.15-17, Paulo diz que, quando teve a revelação de Jesus, não consultou carne e sangue, nem foi para Jerusalém, para se encontrar com aqueles que ele já sabia que eram apóstolos. Ao invés disto, ele foi para os desertos da Arábia. O que aconteceu com Paulo é que ele não quis dividir a sublimidade daquela revelação com ninguém. Ele não quis correr o risco de perder a grandeza da revelação que acabara de receber. Não foi por egoísmo. Foi por zelo.

A parábola continua e diz que o homem, de tão maravilhado que ficou, como Paulo, vendeu tudo o que tinha para poder comprar aquele terreno. Isto nos mostra, em primeiro lugar, que o tesouro e o terreno estavam de tal maneira interligados, que um não poderia ser desvinculado do outro. Mas também levanta algumas questões: quem era o dono do terreno, com quem o homem teria que negociar? Evidentemente, o dono do terreno é Deus.

Mas, se o homem era pobre, o que ele teria para vender, a fim de poder comprar o terreno? Certamente, não teria nada que valesse tanto quanto um tesouro. Então, como ele foi negociar com o dono do terreno? Como foi essa negociação? A parábola diz que ele vende tudo o que tem e compra o terreno. Como isto aconteceu?

Para entender isto, podemos voltar ao exemplo de Paulo. Ele foi para o deserto, para negociar com o dono do campo. Mas ele não devia ter nada de valor com ele, exceto algumas ferramentas para fazer tendas. Além disto, o grande problema é que não se pode comprar algo espiritual, com bens materiais. Nem todos os tesouros do mundo podem ser oferecidos em troca de uma bênção espiritual. Que tipo de negociação foi feita, então?

Se o que é espiritual só pode ser negociado com o que também é espiritual, podemos imaginar, sim, como foi a negociação de Paulo com Deus, no deserto: “Senhor eu quero ficar para sempre com este tesouro. Não posso mais viver sem ele. Eu faço o que você quiser, para ficar com ele! Diga o preço e eu pagarei!”, teria dito Paulo.

Então, Deus teria respondido a Paulo: “Vou lhe dizer o preço, Paulo. Primeiro, pegue toda essa sua religiosidade, esse cumprimento de leis e de regras do tipo ‘não toque nisso’, ‘não faça aquilo’, ‘fique em pé para ler a Palavra’, ‘ajoelhe para orar’, ‘dê o dízimo’, ‘vá à igreja’, ‘santifique um dia da semana’, e todas as coisas que você faz para se justificar diante de Mim e diante dos homens, e me entregue tudo isso. Coloque tudo aqui, aos pés da Cruz, e Eu lhe darei a justificação em Jesus Cristo”.

“Tem mais, Paulo. Pegue todo esse seu esforço próprio para se livrar dos seus pecados, para não errar, essa força que você faz para parecer santo diante de mim e diante dos homens, e Me entregue tudo isso. Coloque tudo aqui, aos pés da Cruz, e Eu lhe darei a santificação em Cristo Jesus”.

“Mas tem mais, Paulo. Pegue todos os seus sonhos, todas as suas vontades e todos os seus desejos, e me entregue tudo isso. Coloque tudo aqui, aos pés da Cruz, e Eu lhe darei o próprio Cristo, para viver em você!”.

Podemos imaginar qual teria sido a resposta de Paulo, porque, logo depois, ele disse aos gálatas: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

Amados, é evidente que esse diálogo não consta das Escrituras, ele não está escrito nessa parábola, nem em Gálatas. No entanto, essas coisas nos são mostradas em toda a Palavra. Em 1ª Coríntios 1.30 está escrito que Jesus é a nossa justificação e a nossa santificação, entre outras coisas. Não são as nossas obras e a nossa força que irão nos justificar ou santificar. Nos evangelhos está escrito que, se queremos seguir a Cristo, devemos negarmo-nos a nós mesmos. O que é isto, senão abrir mão de nossos sonhos, desejos e vontades? E, sem fazermos isso, não podemos ser discípulos de Jesus, não podemos desfrutar desse Tesouro.

A religiosidade que nos tem sido legada por séculos de tradição, só tem nos levado para longe do Senhor. Precisamos, urgentemente, negociar com o Senhor, para podermos passar a desfrutar dessa intimidade com Ele, que Ele tem esperado tanto para ter conosco!

Este texto é baseado no sermão de David Wilkerson, de 28.04.03, intitulado The Costliness of Possessing Christ (A Preciosidade de se Possuir Cristo), extraído de
http://www.worldchallenge.org/en/newsletter/the_costliness_of_possessing_christ

11 comentários:

Jessé Borges disse...

muito edificante, querido rene! sempre gostei dessa parabola, mas nunca nesses aspectos ora revelados. essa é a beleza do reino, sempre um tesouro inesgotavel. que bençao!
jesse borges

René disse...

Realmente, amado Jessé! O Reino de Deus é um tesouro inesgotável!

Abração e Paz!

Eduardo - Araranguá - SC disse...

Te gradeço muito por ter lembrado de mim amado, e enviado seu texto.

Espero que possamos crescer juntos no Senhor, aprendendo e conhecendo cada vez mais d´Ele, pois Jesus disse em Jo 7.17 "aquele que quiser fazer a vontade d´Ele, conhecerá a respeito da doutrina" Versão AA

Eduardo - Araranguá - SC

René disse...

Amado Eduardo,

Na verdade, estava até preocupado com você. Por uma coincidência, desde abril, época que teve uma tempestade horrível aí no sul de Santa Catarina, você não publicou mais nada no blog Sã Doutrina. Pensei que você tivesse enfrentado um prejuízo material muito grande, como grande parte da população daí. Agora é que percebi que você está utilizando outro blog. Já estou visitando!

Eu é que tenho que agradecer a você, pela edificação que você está me proporcionando através da nossa atual troca de emails.

Abração e Paz!

Anônimo disse...

Querido René, paz e bem, que riqueza de Evangelho neste texto. Forte abraço.

Alan Capriles disse...

Paz, René!

Excelente meditação. Muito edificante. Gostaria de salientar o fato de que o homem que encontrou o tesouro desfez-se de tudo o que tinha "transbordante de alegria". Penso que esta é a marca de um verdadeiro filho de Deus, ou seja, de alguém que nasceu de novo: a alegria nas coisas celestiais.

Nascer de novo é morrer para este mundo, para si mesmo, e reconhecer que a vida não consiste em ter, mas em ser, ser uma nova criatura, resgatada e regenerada por Cristo, e que ame o próximo como ele nos amou, para a glória de Deus.

Agradeço ao Pai por sua vida, sua amizade e pelo privilégio de ser edificado com seus artigos.

Que o Senhor continue lhe abençoando cada dia mais!

René disse...

Você tem razão, Alan,

Essa alegria nas coisas celestiais passa a ser uma marca dos verdadeiros filhos de Deus. A outra marca, o amor, vai crescendo, dia a dia. Isso vem da morte para o que não tem vida e o renascimento para a Verdade.

Agradeço muito seu comentário, que ajudou a completar o texto.

Que o Espírito de Cristo continue nos edificando, nos ensinando e nos lembrando tudo o que o Senhor disse e fez!

Grande abraço e continue na Paz do Senhor!

Wendel Bernardes disse...

Caramba,
são textos como esse que me fazem ter orgulho de ser amigo teu...
(Olha a seção sedas e confetes de novo)

Concordo com o que o Alan também escreveu sobre "a marca do verdadeiro filho de Deus é ter alegria em deixar pra trás os valores antigos".

Seu texto é ótimo amigo, acho até que vou apagar o meu....

rsrsrsrsrsrsrsrs

Abração!

René disse...

Sei não, hein, Wendel? Você acabou de falar umas coisas sobre quem rasga seda, na outra postagem, e agora...

Mas é isto mesmo! Também achei a observação do Alan (que se fala Álan) perfeita!

Agora, apagar o seu texto é sacanagem, pô!! (tô fazendo de conta que acreditei) rsss Faz isso não! Sério! O seu texto tá ótimo mesmo!

Abração e Paz!

Wendel Bernardes disse...

RSRSsrrssrsrsrsrsr

Deixa pra lá esse negócio de sedas e confetes....

viu como dou um passo pra frente e uns quinze pra trás...

Miserável homem que sou... srsrrsrsrs

Vou apagar não, fica tranquilo, foi só pra dar uma de humilde...
Ô capa de santidade que me mata, sô!

René disse...

Pastor Wendel,

Pode até ser capa, mas a gente insiste tanto, que um dia fica humilde!!! 'Cê num tá sozinho nessa, não!!!