- por René Burkhardt - 18 de Janeiro de 2009
Ainda outra vez quero explorar o maravilhoso texto de Lucas 17, desta vez abrangendo os versículos 3 ao 10. Esse capítulo, como vários outros trechos da Palavra, ressalta a importância e a necessidade de colocarmos o Senhor Jesus acima de tudo e de todos nas nossas vidas.
Nos versículos três e quatro o Senhor expõe aos discípulos a questão do perdão aos irmãos na fé, mostrando a longanimidade e a misericórdia que devemos ter de uma forma infinita. Apesar de o Senhor dizer que se deve perdoar ao irmão arrependido por sete vezes no mesmo dia, podemos considerar isso como uma disposição infinita para o perdão, já que, dificilmente, haveria tempo hábil para alguém pecar contra nós por sete vezes em um dia, se arrepender e vir a nós pedindo perdão. Além disso, na passagem paralela em Mateus 18.15-22 o Senhor diz que devemos perdoar 490 vezes, sem dizer que é no mesmo dia, ratificando a idéia de se perdoar infinitamente a quem se arrepende, já que ninguém ficaria contando, ou anotando em um caderninho, a quantidade de vezes que perdoa a uma mesma pessoa.
“Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” (v. 5). Aqui temos a impressão de que o assunto abordado pelo Senhor foi mudado totalmente, já que Ele falava sobre perdão e os discípulos falaram em fé. Porém, na verdade, esses discípulos tiveram um entendimento perfeito do assunto que Jesus falava, percebendo que, para serem prontos a perdoar, necessitavam de fé no Deus Criador e em Seu Filho, a ponto de se sentirem seguros de que Ele os capacitaria a agirem dessa forma, sempre que necessário, uma vez que tinham certeza que, por si mesmos, nunca seriam capazes para tanto. Mas eles acharam que somente com uma fé muito grande no Senhor, eles seriam capacitados a amarem aos outros a ponto de perdoarem indefinidamente.
Em Sua resposta, Jesus demonstra que os apóstolos estavam certos ao relacionarem o perdão com a fé. Na verdade, parece que era exatamente deste assunto que o Senhor queria falar aos discípulos. Então Ele lhes diz: “Amados, eu quero lhes dizer algumas coisas a respeito da fé. Vocês conhecem muito pouco a respeito dela e precisam saber que seu tamanho não é o ponto mais importante. Ela é um dom do Deus Pai para vocês e, como tal, já vem no tamanho certo. Se vocês tivessem uma fé maior do que receberam, se ela chegasse a ter o tamanho de um grão de mostarda (v.6), vocês fariam coisas incríveis, como transportar montes, ou mandar que uma árvore se arrancasse do chão e fosse para outro lugar.
Imaginem vocês com tamanho poder, mas agindo com sua própria justiça corrompida. Cada vez que vocês se sentissem ofendidos por alguém, ou vissem uma pessoa ser injustiçada, dentro do seu próprio conceito de justiça, vocês usariam esse poder para exercer juízo sobre quem tivesse cometido a afronta. Vocês exterminariam tal pessoa, sem amor e sem misericórdia, sem exercitar perdão, sem considerar o amor de Deus por ela, o mesmo amor que Ele teve por vocês. Vejam isto: começamos a conversa falando sobre perdoar indefinidamente, da mesma forma que o Pai os tem perdoado. Mas, dessa forma, vocês prefeririam condenar, a perdoar. Facilmente, vocês sairiam da vontade do Pai. A verdade sobre a fé é como ela deve ser direcionada, não o seu tamanho”.
Então, Ele continuou (vs. 7-10): “Vocês precisam direcionar essa fé, que receberam, ao Deus Pai e a Mim. Se vocês tivessem um servo, vocês também esperariam que ele os servisse de acordo com a vontade de vocês e em todo o tempo que vocês necessitassem dele, que os obedecesse fielmente, pois foi para isso que ele foi arregimentado. O fato de ele cumprir com suas obrigações não lhe dá direitos especiais, muito menos, permite que ele seja colocado acima de vocês. Esse servo fará tudo o que lhe foi determinado, em todo o tempo, por amor ao seu senhor, que é quem lhe dá todas as coisas que ele necessita para sua vida. Ao final do dia ele apenas poderá dizer que é um servo inútil, pois fez apenas o que devia fazer. E por que ele é inútil? Porque qualquer um pode fazer o que foi determinado somente. Assim, ele poderia ser substituído a qualquer momento, por qualquer pessoa. Mas ele sabe que não será substituído, porque ele ama ao seu senhor e tudo o que ele faz, é por amor ao seu senhor. E ele sabe que o seu senhor também o ama, se agrada dele e nunca deixará de suprir suas necessidades”.
“Assim, amados, por essa fé em seu senhor e em seu amor, o servo vive o seu dia em perfeita harmonia com o seu senhor. Esse servo não coloca suas vontades, suas necessidades, ou seus sonhos, acima de seu senhor. A sua prioridade é satisfazer a vontade de seu senhor em todo o tempo, sem se importar com os riscos que possa correr, com o cansaço que possa sentir, com as adversidades que possa enfrentar, sem temer por seu alimento, ou por sua moradia, pois, para ele, o mais importante é o seu senhor. Esta é a fé sobre a qual edificarei Minha Igreja, amados, contra a qual as portas do inferno não prevalecerão (ver Mt 16.18). Esta é a fé que vence o mundo (ver 1Jo 5.4)”.
É impressionante como deixamos de exercitar essa verdade fundamental, encontrada em toda a Palavra de Deus. Vejam o caso de Pedro andando sobre o mar, olhando fixamente para o Senhor Jesus, até que olhou para si mesmo e teve medo de morrer (Mt 14.28-31), e começou a afundar. Pedro, ali, desviou a sua fé no Senhor, para si. Deixou de ver o Senhor como Aquele que a tudo sustenta pela palavra do Seu poder, para olhar a sua própria condição miserável de fraqueza e impotência. E o Senhor lhe perguntou: “...por que duvidaste?”.
Qual foi a dúvida de Pedro? Ele duvidou que Jesus é o Senhor sobre todas as coisas e está no controle de tudo. Ele duvidou que, olhando apenas para o Senhor Jesus, sairia vencedor daquele desafio. Naquele momento de sua vida, Pedro negou a primazia a Cristo. Mas Paulo afirma: “Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1.18 – grifo meu). O próprio Deus Criador fez residir a plenitude em Cristo. E só resta a nós, obras de Suas mãos, dirigir a Ele toda a nossa fé, nossa confiança, nossa esperança, e O ter como nossa prioridade em cada momento de nossas vidas.
Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). E a nossa própria salvação, que é pela graça de Deus, nos é concedida mediante a fé (Ef 2.8). Mas, será que consideramos essa extensão da fé em nosso viver diário? O que o Senhor Jesus diz a nosso respeito, quando olha para as nossas vidas? O Espírito de Cristo deixou registrado em Lucas 14, nos versículos 16 a 24, a parábola da grande ceia, onde Ele nos revela mais algumas “coisas ocultas desde a criação” (Mt 13.35), para nossa exortação e atenção.
A parábola fala de um certo homem, que representa o próprio Deus, e de muitos convidados, que representam os cristãos, ou seja, as pessoas que tinham um relacionamento íntimo o bastante com o anfitrião, a ponto de serem seus convidados para a grande festa (v. 16). Na hora da ceia, momento de comunhão mais estreita, o homem manda seu servo, representando aqui o Espírito Santo, avisar aos convidados que o grande momento havia chegado (v. 17). Era o momento de todos se reunirem, se fartarem, colocarem a conversa em dia, festejarem, se alegrarem, desfrutarem de uma grande comunhão entre todos. Podemos imaginar a felicidade daquele servo que sai para chamar os convidados, certo de que todos se alegrarão por ter chegado a hora tão esperada de se reunirem com o anfitrião, para a grande ceia há tanto tempo anunciada.
Porém, cada um dos convidados mostrou o que realmente estava em seu coração. Cada um deles mostrou que sua prioridade não era o homem que preparou a grande festa. Um deles se preocupava mais com seu trabalho, com seus negócios imobiliários. Ao invés de se alegrar e, o mais rápido possível, se preparar para ir à ceia, preferiu ir ver o resultado de seu último grande negócio e se deleitar com ele (v. 18). Outro convidado se preocupou mais com sua propriedade e com os bens que conseguia agregar a ela. Tal como o primeiro, sua prioridade não era a comunhão com aquele que se propunha a ser seu amigo, mas se rejubilar com o resultado de seu esforço próprio (v. 19). Ambos poderiam deixar o que tinham a fazer, para o dia seguinte. Ambos pediram perdão por sua falta, mas sem ter a menor idéia do que estavam realmente fazendo. O deus deles era o próprio umbigo.
Um terceiro convidado colocou sua família acima de tudo. Disse que, por ter se casado, não poderia comparecer à grande ceia. Ao invés de aproveitar a oportunidade para levar sua família consigo e a apresentar ao seu grande amigo, para também ela poder passar a desfrutar daquela amizade inigualável, preferiu ficar em casa, satisfazendo seu próprio corpo, usando a esposa como desculpa para não atender ao chamado que ele já sabia que seria feito a qualquer momento (v. 20). Com esse tipo de atitude, podemos constatar a verdade nas palavras de Paulo: “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.18-20).
Incrível o que o Senhor Jesus está dizendo aqui a nós, seus discípulos: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos (ver 2Co 13.5). Será que vocês não estão se vendo nesses exemplos? Qual é a prioridade verdadeira de vocês? Vocês têm certeza que têm buscado a Deus para ter uma comunhão íntima com Ele? Para O servir em qualquer circunstância? Para O adorar como Deus Todo-Poderoso que é? Por reconhecer que Ele é o grande Deus Criador? Ou vocês O têm buscado para que Ele satisfaça suas próprias vontades, realize seus sonhos, supra todas as suas necessidades? Quando Eu chamar, vocês atenderão prontamente, ou terão que sair ”para comprar azeite” (ver Mt 25.1-13), por não terem dado a importância devida às minhas palavras?
Servos, atentem ao que Eu lhes digo: nada em suas vidas pode ser colocado acima de seu Deus. Eu sei que vocês têm os seus problemas pessoais. Eu sei da dificuldade de se ter um filho envolvido com drogas, uma filha que se prostitui, a agressividade no lar, o casamento a ponto de ser desfeito, a falta de trabalho, a falta de dinheiro para pagar as contas essenciais, a perseguição de familiares e de colegas de trabalho, a enfermidade, a morte de entes queridos, o ministério que parece não se desenvolver, a incompreensão dos irmãos da igreja, o pecado que parece não ser purificado em vocês. Mas, todas essas coisas e outras mais, estão sob o Meu controle, sob o Meu cuidado. Ocupem-se, apenas, de elevar seu coração a Mim, em todos os momentos do seu dia. A cada passo, Me convidem para os acompanhar, para que Eu tenha a primazia em suas vidas e possa agir através do Meu Espírito em vocês, com vocês e por vocês. Assim, vocês farão “bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus” (Lc 12.33).
Meus irmãos, aqui eu quero chamar atenção para um fato importante. Esses convidados, que recusaram o convite, não estavam fazendo coisas erradas. Aparentemente, eles não estavam vivendo em pecado. Trabalhar, cuidar dos bens e da família, são obrigações nossas. A própria Palavra do Senhor determina que sejamos zelosos com tais coisas. Porém, quando as colocamos como prioridade em nossas vidas, quando nos empenhamos em atender ao chamado de tais coisas, sem, primeiro, falar com o Senhor Jesus para vir conosco e fazer, por nós e através de nós, conforme a Sua vontade, escolhemos o juízo de Deus sobre nós, ao invés de Seu amor, Sua misericórdia, Seu perdão e Sua salvação.
Vejam o que o Senhor nos diz em Lucas 17.26-29: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos”. Sabemos que nos dias de Noé e de Ló, a iniqüidade do ser humano chegou até ao céu, provocando o juízo de Deus. Mas, reparem que o Senhor não mencionou essa iniqüidade no Seu sermão. Ele citou coisas “boas”, coisas normais que as pessoas estavam fazendo em seus dias. Coisas que não prejudicavam aos outros. Coisas que nós mesmos fazemos atualmente. Apesar disso, o juízo de Deus foi derramado sobre elas. Por quê? Porque a vaidade do ser humano o leva a adorar a si mesmo, o leva a achar que é auto-suficiente e que pode agir sozinho, resolvendo seus problemas, conquistando suas vitórias, construindo sua vida sobre a sua própria noção de justiça. Com isto, na verdade, estamos nos considerando iguais a Deus e estamos exaltando o nosso trono acima das estrelas de Deus (ver Is 14.13). Este é o nosso pecado, que nos leva a rejeitar ao Espírito Santo e a blasfemar contra Ele. O Senhor está nos dizendo que esse é o pecado que nos leva ao Seu juízo.
Essas coisas o Senhor confirma no restante da parábola (Lc 14.21-24). Ali vemos o servo, triste, trazendo a notícia ao seu senhor. Ele conta ao seu senhor que aquelas pessoas, que por tanto tempo haviam se relacionado com ele, não aceitaram seu convite, pois estavam muito ocupadas com suas vidas, tendo negócios a resolver e famílias para cuidar. É evidente que o senhor ficou muito irado. Ele disse: “Muito bem! Há muito tempo que tenho dito que daria essa ceia. A hora chegou e não é mais o caso de tentar convencer a essas pessoas, que já estavam avisadas, a virem. Preparei muitos lugares e eles não podem ficar vazios. Vamos substituir essas pessoas por outras, que se agradem de estar comigo. Saia por aí e convide a todos que parecem não ser dignos, que não sejam justos a seus próprios olhos e nem aos olhos daqueles outros. Quero minha casa cheia e minha vontade vai se cumprir. Quanto àqueles primeiros convidados, nenhum deles vai comer comigo. Nenhum deles vai entrar em minha casa”.
Amados, duro é esse discurso, não? Assim diz o Senhor: “...as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair... À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (Jo 6.63-64, 66). Isto quer dizer que não adianta tentarmos enganar ao Senhor. Não adianta fazermos de conta que temos uma vida justa, piedosa. Ele conhece cada passo que damos, cada pensamento que formamos. Ele sabe qual é a nossa prioridade.
E nós, sabemos qual é nossa prioridade? Estamos realmente dispostos a abrir mão de sonhos, para seguir o duro caminho trilhado pelo Filho do Homem, que não tinha nem onde reclinar Sua cabeça? Estamos realmente dispostos a reconhecer que nossos pais, irmãos e amigos, são aqueles que crêem que Jesus Cristo é o Senhor? Estamos confiantes em trabalhar, “não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna” (Jo 6.27), ou nosso trabalho está acima de nosso amor por Deus? Se chegamos à conclusão que o Senhor Jesus não é a nossa prioridade, aproveitemos essa Sua exortação para mudarmos essa realidade. O Senhor não quer que nenhum se perca. Busquemos em oração ao Senhor, para que possamos dirigir, em todo o tempo, nossos atos e nossos pensamentos a Ele, em primeiro lugar. Amém.
6 comentários:
"Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões". abraço.
Sim, Cláudio,
Creio que os cristãos (os que são de Cristo) temos resistido à fé. Ela parece ser algo duro de se viver, mas a resistência a ela é pior ainda!
Abração!
Amém, que palavras doces, sim, doces...
O meu fardo é leve e o meu jugo é suave, assim cada exortação do Senhor deve ser para nós como o melhor alimento,pois Ele sabe dar coisas boas ao seus filhos verdadeiramente...
Ainda que as vezes sejam duras palavras, como servos humildes damos graças a Deus por Ele ainda hoje nos corrigir, hoje se ouvirmos a sua voz, não podemos endurecer nosso coração, que doces são as palavras da salvação....
Esse texto me fez um refrigério na alma, me fez deitar em pastos verdejantes,porque o Senhor é meu pastor, e seu cajado não me agride mas me protege...
Fica na bendita paz do Senhor irmão René, que Deus o abençoe e a sua família ricamente!!
Graça e paz!!!
Perdoar 70 vezes sete ainda é pouco René, tem que ser infinitamente.kkkk
Paz querido!
Rita,
Agradeço muito suas palavras de bênção!
Verdadeiramente, o cajado do Senhor não nos agride. Ele é o instrumento daquele que guia, sempre buscando os melhores pastos e as melhores fontes de água. Ele é o indicativo de que o Senhor é o nosso único Pastor. Até mesmo Sua vara não é usada para nos agredir, mas para aplacar a dureza do nosso coração, que insiste em se desviar do Caminho que Ele indica.
Que Jesus esmiúce, cada vez mais, o nosso coração de pedra, colocando em seu lugar um coração de carne.
Que a Paz do Senhor Jesus continue com você e sua família!
Sem dúvida, minha amada Rô,
Afinal, lá em Mateus 18, o Senhor nos diz: "Cara, Eu perdoei a sua dívida, que era infinita, então, você não devia fazer o mesmo com os que devem a você?".
É bem por aí, mesmo!
Bj e Paz!
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